A mulher do embaixador grego, Françoise Amiridis, chega para prestar depoimento na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (Fabiano Rocha/Extra/Agência o Globo)
VEJA - Leslie Leitão
A
Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) reuniu um conjunto
de evidências de que o assassinato do embaixador da Grécia, Kyriakos
Amiridis, de 59 anos, foi tramado em detalhes pela viúva. Uma delas
está no depoimento de um dos envolvidos. Eduardo Moreira Tedeschi de
Melo, sobrinho do policial militar e assassino confesso Sérgio Moreira
Filho, contou à polícia que na manhã da última segunda-feira, dia 26, ou
seja, horas antes do assassinato, a embaixatriz Françoise Amiridis
ofereceu 80 000 reais para que ele ajudasse o tio a executar o plano.
Sérgio é
apontado como executor do assassinato e está preso temporariamente,
junto com seu primo, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, e Françoise, de
quem era amante.
Em
depoimento, Sérgio contou que foi até a casa deles, em Nova Iguaçu,
para tomar satisfações do diplomata, já que Kyriakos teria agredido a
esposa dias antes. Ela estaria no shopping naquela noite. Os dois teriam
brigado e o policial teria matado o grego em legítima defesa, de acordo
com suas declarações.
“O
depoimento do Eduardo não deixa dúvidas de que foi tudo tramado. Tanto
que naquela manhã ela ofereceu 80 000 para que ele ajudasse o tio no
plano”, explica um investigador.
Apesar
das confissões parciais de Sérgio e do sobrinho Eduardo, a Policia
Civil tenta montar um quebra-cabeça intrigante de um macabro triângulo
amoroso. A DHBF já sabe, por exemplo, que Françoise chegou à casa no dia
18 de dezembro, enquanto Kyriakos só veio de Brasília no dia 21. Nesses
três dias, Sergio e Françoise dormiram juntos na casa. Aos policiais, o
PM chegou a contar que frequentava a casa da amante até mesmo quando o
embaixador estava em casa dormindo.
Até
agora, Françoise nega qualquer participação no plano para matar o
marido. Ela contou, no entanto, que constantemente era agredida pelo
marido, a quem descreveu como agressivo, arrogante e que “estava sempre
bêbado”. Os investigadores sabem que, naquela noite de segunda-feira,
ela saiu de casa até que Sérgio matasse o embaixador e tirasse o corpo
de lá para desovar em outro local. A causa da morte ainda não foi
definida. Sabe-se apenas que os vizinhos não ouviram qualquer disparo de
arma de fogo.
No
sofá havia marcas de sangue e, mesmo tendo o local do crime sido
lavado, a perícia com luminol também detectou vários pontos com
vestígios de sangue. Dentro da casa o PM enrolou o corpo de Kyriakos num
lençol e colocou dentro do carro que o grego havia alugado. Depois,
atirou-o debaixo do Arco Metropolitano e ateou fogo ao veículo com a
gasolina que havia comprado mais cedo.
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