É só olhar os números acima, publicados hoje pelo insuspeito Valor Econômico para
entender porque a grita de muitos integrantes do Ministério Público
contra as medidas legais para impedir o pagamento – já imoral – do teto
constitucional de remunerações, com limite nos ganhos dos ministros do
Supremo Tribunal Federal.
O jornal, com base em dados da Receita Federal relativos às
declarações de renda de 2014- quando o vencimento de ministro do STF
era de R$ 29.462,25- apurou que os membros do Ministério
Público (promotores e procuradores) são a categoria profissional mais
bem paga do país.
Tiveram, naquele ano, uma renda média anual de 527,7 mil, maior até
que a dos juízes e membros dos Tribunais de Contas (R$512 mil).
Este total, dividido pela remuneração de um trabalhados comum (13
salários e um terço de férias) representa um ganho mensal de R$ 39.587,
40 mensais.
R$ 10 mil a mais, todo mês, do que os membros do STF têm como limite.
Mas isso é assim mesmo?
No Valor:
Nos Estados Unidos, o procurador-geral ganha 11 vezes o salário mínimo do país.
Um estudo do Conselho Europeu que
comparou salários de juízes na Europa e em outras partes do mundo
mostrou realidade parecida. Tomando por base os salários iniciais dos
juízes de primeira instância na média da União Europeia, esses membros
ganham cerca de 2,4 vezes a renda média de um trabalhador do setor
privado.
No caso dos procuradores, a relação é
um pouco menor, de 1,9 vez. No Brasil, aponta Marciano Godoi, professor
da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), os
salários iniciais de juízes e procuradores são de trinta vezes a
remuneração média do brasileiro, o que coloca essa parcela do funcionalismo na elite brasileira. “Os
juízes e procuradores em início de carreira chegam a ganhar mais do que
a média dos gerentes de empresas privadas e, por vezes, até mais do que
diretores de multinacionais”, afirma.
O doutor Rodrigo Janto, quem sabe, poderia pedir ajuda ao Doutor Deltan Dallagnol para fazer um powerpoint que explique ao povo brasileiro que não se formou ali uma casta de privilegiados.
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