Em
meio a tantas e péssimas noticias neste último dia do ano, duas se
destacam: o desemprego chegará a treze milhões de infelizes, em 2017, e o
salário mínimo passará a 937 reais por mês a partir de amanhã.
Completam-se as duas informações. Porque somados aos que não tem
trabalho ou emprego, juntam-se os condenados a viver com essa merreca.
No total, perto de cem milhões de brasileiros postos à margem e prontos
para a insurreição.
Fossem
as elites políticas e econômicas forçadas a ficar dentro desses
parâmetros e já estaríamos, faz muito, em estado de rebelião.
É
assim que entramos no novo ano: metade da população pronta para
insurgir-se contra a outra metade. Acomodar-se ou render-se, não dá
mais. Sem a menor dúvida, assistiremos a dissolução do estado, mais do
que do governo.
A
desobediência civil vai-se tornando uma constante, na medida em que
mais gente deixa de pagar impostos e dívidas. Desorganiza-se o Estado de
Direito, transformando-se a lei em letra morta para ser descumprida
cada vez mais. Diluem-se as obrigações sociais e logo o Brasil real irá
sobrepor-se ao Brasil formal.
Alguns
iludidos supõem que apenas eleições gerais dariam jeito. Ledo engano,
porque mesmo se a corrupção fosse extirpada, que tipo de instituição
preencheria o vazio? Como atender as necessidades sempre maiores dos
desassistidos? A revolta pelo abandono vai chegando ao limite sem que
surjam alternativas capazes de atendê-la.
Em
suma, o Ano Novo com treze milhões de desempregados e o salário mínimo
de 937 reais é sinal de ebulição. Só que dessa vez as elites
responsáveis pelo caos estão no meio da fogueira.
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