Não adianta dizer que não há uma crise institucional.
Que nome merece uma situação em que o presidente do Senado diz que a
Polícia Federal é “fascista”, que um “juizeco de primeira instância”
determina a invasão do parlamento e a detenção de servidores que agiam
sob ordens da Casa e que o Ministro da Justiça age como “um chefete de
polícia”?
As declarações de Renan Calheiros, hoje, depois de uma conversa com Michel Temer nada tem de apaziguadoras:
Tenho ódio e nojo a métodos fascistas. Como presidente do Senado,
cabe a mim repeli-los. Um juizeco de primeira instância não pode, a
qualquer momento, atentar contra qualquer poder. É preciso que juiz
demonstre que fatos gravíssimos que embasaram a prisão. Busca e
apreensão no Senado só pode ser feita por decisão do STF.
O embate entre as instituições políticas e a descontrolada máquina do Judiciário está chegando a extremos.
Logo teremos de decidir se, com todas as deficiências, o Brasil é
regido por instituições eleitas ou por “iluminados” aprovados em
concursos, irremovíveis e indemissíveis, mesmo que cometam crimes
horrendos.
Já temos um presidente ilegítimo, embora entronizado no cargo com o
cumprimento de formalidades e graças a – sejamos justos – ação de um
meliante que presidia a Câmara dos Deputados com o beneplácito do STF.
Calheiros ironizou a ação da Justiça: “Nesse Estado policialesco, a gente não se surpreende com mais nada”.
Se estamos numa ditadura policial, Senador, espera-se que aquele
juramento que o senhor e os outros parlamentares prestaram de fazer
cumprir a Constituição ainda valha para algo mais que a foto do álbum de
família.
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