Três de cada quatro juízes brasileiros
receberam remunerações acima do teto constitucional, revela levantamento
feito pelo GLOBO analisando as últimas folhas salariais dos 13.790
magistrados da Justiça comum brasileira, a maioria de agosto. São 10.765
juízes, desembargadores e ministros do Superior Tribunal de Justiça que
tiveram vencimentos maiores do que os R$ 33.763 pagos aos ministros do
Supremo Tribunal Federal. Pela Constituição, esse deveria ser o maior
valor pago aos servidores, e lá está expresso que nesse limite estão
incluídas “vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza”.
Para driblar o teto, porém, os tribunais
pagam aos magistrados recursos a títulos variados de “indenizações”,
“vantagens” e “gratificações”, com respaldo legal dado por decisões do
próprio Judiciário ou resoluções dos conselhos Nacional de Justiça (CNJ)
e da Justiça Federal (CFJ), que têm a atribuição de fiscalizar esse
poder.
O levantamento revela que a média das
remunerações recebidas por magistrados da Justiça comum é de R$ 39,2
mil. Esse valor exclui, quando informado pelas cortes, os pagamentos a
que fazem jus todos os servidores dos Três Poderes: férias, 13º salário e
abono permanência, montante pago a todo servidor que segue na ativa
mesmo já podendo ter se aposentado.
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