A Operação Lava Jato não tem colocado
apenas o sistema político em constante pressão, mas também tem mexido
com a configuração do próprio Judiciário. Em uma semana que começou com
boataria sobre uma possível prisão do ex-presidente Lula e terminou com a
notícia do encarceramento do cassado ex-presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a questão foi colocada de novo em
pauta. Quer seja sobre Cunha, um dos políticos mais rejeitados pela
população ou sobre Lula, tanto odiado quanto ainda primeiro lugar de
intenções de voto para presidente em 2018, o debate sobre as inovações e
os possíveis excessos da Lava Jato são semelhantes.
Para uma corrente, Sergio Moro estaria
extrapolando nos pedidos de prisões preventivas e temporárias com o
intuito de forçar delações premiadas, além de, como consequência, criar
um clima de julgamento antes do processo em si. Para outra corrente,
não. Simbólico deste momento é o comentário em alguns círculos de
advogados de que atuar na área criminalista está cada vez mais difícil.
Uma reclamação frequente é a de que o relacionamento entre as diferentes
partes de um processo se deteriorou muito de alguns anos para cá. Um
simples pedido de acesso aos autos, por exemplo, tornou-se uma
dificuldade imensa.
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