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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Não adianta dizer que não há uma crise institucional

Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Não adianta dizer que não há uma crise institucional.
Que nome merece uma situação em que  o presidente do Senado diz que a Polícia Federal é “fascista”, que um “juizeco de primeira instância” determina a invasão do parlamento e a detenção de servidores que agiam sob ordens da Casa e que o Ministro da Justiça age como “um chefete de polícia”?
As declarações de Renan Calheiros, hoje, depois de uma conversa com Michel Temer nada tem de apaziguadoras:
Tenho ódio e nojo a métodos fascistas. Como presidente do Senado, cabe a mim repeli-los. Um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra qualquer poder. É preciso que juiz demonstre que fatos gravíssimos que embasaram a prisão. Busca e apreensão no Senado só pode ser feita por decisão do STF.
O embate entre as instituições políticas e a descontrolada máquina do Judiciário está chegando a extremos.
Logo teremos de decidir se, com todas as deficiências, o Brasil é regido por instituições eleitas ou por “iluminados” aprovados em concursos, irremovíveis e indemissíveis, mesmo que cometam crimes horrendos.
Já temos um presidente ilegítimo, embora entronizado no cargo com o cumprimento de formalidades e graças a – sejamos justos – ação de um meliante que presidia a Câmara dos Deputados com o beneplácito do STF.
Calheiros ironizou a ação da Justiça: “Nesse Estado policialesco, a gente não se surpreende com mais nada”.
Se estamos numa ditadura policial, Senador, espera-se que aquele juramento que o senhor e os outros parlamentares prestaram de fazer cumprir a Constituição ainda valha para algo mais que a foto do álbum de família.

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