Blog do Kennedy
É alta
a chance de o PSDB tentar levar adiante a ideia de iniciar um processo
de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff com base no julgamento
do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as “pedaladas fiscais” do
primeiro mandato. Será um erro político.
O
TCU é um órgão auxiliar do Legislativo. Não tem poder de Justiça. Faz
recomendação ao Congresso. Deverá julgar irregular as pedaladas, que
aconteceram também em outros governos. Seguir esse caminho é apostar
numa oposição radical que prejudicará o país e, mais à frente, a força
política que estiver no comando dele.
Dilma
está apenas no sexto mês do segundo mandato. Uma campanha tucana pelo
impeachment com base nas pedaladas vai abrir um precedente perigoso. No
futuro, se estiver no governo, a oposição vai experimentar o próprio
veneno.
Vai
estimular ainda mais o confronto no debate público. Não parece
justificável propor impeachment por causa de pedaladas fiscais que
pagaram benefícios sociais. Soa como uma tentativa de descobrir um
deslize menor para obter uma punição muito maior. É desproporcional.
O
TCU avalia que as pedaladas continuaram em 2015, com o Joaquim Levy na
Fazenda. Levy é um ministro da Fazenda que tem afinidade de pensamento
com pessoas do PSDB. Será que o Levy está cometendo um crime? Claro que
não.
Não
faz sentido uma campanha por impeachment no Brasil de hoje. A situação
econômica do país é extremamente delicada. Nesse contexto, não é correto
votar pela flexibilização do fator previdenciário. Vai punir as
gerações futuras. Também não é correto apoiar uma redução de maioridade
penal de maneira irrefletida, numa onda de opinião pública. Vai
penalizar os jovens mais pobres.
A
imprensa mostrou reportagens importantes nos últimos dias. Mesmo com
uma lei que protege a juventude, que é o ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), há convivência de jovens que cometem crimes leves com quem
já matou. Ou seja, mesmo com uma legislação protetora, jovens mais
pobres estão submetidos a condições inadequadas.
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