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Das quatro revistas semanais brasileiras, Veja, Istoé, Carta Capital e
Época, esta última foi a única que não dedicou sua capa ao escândalo de
corrupção no futebol mundial, que tem como personagem central o
empresário J.Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic.
Hawilla, como se sabe,
compra direitos de torneios como a Copa do Brasil, e os revende
imediatamente à Globo. É, portanto, apenas uma atravessador. Mais do que
isso, é sócio direto dos Marinho nas emissoras que possui no interior
paulista. Ou seja: tem relações umbilicais com a Globo.
No entanto, quem lê
Época, que dedica sua capa a uma bizarra edição retrô ambientada em
1985, sai com a impressão de que a Globo é vítima das traquinagens de
Hawilla.
"Como o empresário
J.Hawilla criou e alimentou um esquema internacional de pagamento de
propinas, que levou à cadeia oito dirigentes da Fifa", diz a chamada do
texto.
Ora, se Hawilla pagava
propinas, de onde saíam os recursos? Evidentemente, da empresa que
comprava os direitos de transmissão dos torneios que ainda hoje exibe.
Não por acaso, a Globo cogita demitir o executivo Marcelo Campos Pinto,
que é o "rei do futebol" na emissora – ele, no entanto, ameaça colocar a
boca no trombone.
Qualquer que seja o desfecho do caso, é de se questionar: não seria aplicável, neste caso, a teoria do domínio do fato?
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