Carlos Brickmann
A entrada
do FBI americano nas investigações sobre corrupção no futebol muda a
regra do jogo: deixa de funcionar a Bancada da Bola, perde efeito o
relacionamento internacional bem cultivado, favor prestado não tem mais
validade. Se os personagens presos são ou não culpados, a Justiça
americana decide. Mas:
1 - José Maria Marin, segundo as investigações, teria
cobrado propinas nos contratos da CBF. Quem pode ter pago propinas?
Patrocinadores da Seleção, talvez; ou concorrentes à compra dos direitos
de transmissão. Quem patrocina a Seleção, e quem a patrocinou nos
últimos anos? Quem ganhou o direito de transmitir os jogos? Quais
empresas firmaram contratos de exclusividade com a CBF?
2 - Quando o Brasil ganhou a Copa de 1994, nos EUA, a
delegação trouxe 11 toneladas de compras. O secretário da Receita,
Osíris Lopes Silva, mandou que as bagagens passassem pela Alfândega. O
presidente era Itamar Franco, e Osíris caiu. Quando Ronaldo Fenômeno
teve aquele problema na Copa da França, em 1998, já se falava na
interferência da Nike na CBF. O presidente era Fernando Henrique. Quando
o Brasil ganhou o direito de realizar a Copa de 2014, o presidente era
Lula. Ninguém investigou; se investigou, não contou para ninguém. A
imprensa paulista foi acusada por Ricardo Teixeira de persegui-lo, só
porque andou narrando algumas coisas, que as autoridades não levaram em
conta. E como havia gente importante do Judiciário viajando a convite da
CBF, com tudo pago!
Agora a bomba explodiu. E vai pegar gente hoje acima de qualquer suspeita.
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