"Precisamos
conhecer ainda mais o seminário pernambucano, para encontrar soluções
inteligentes que possam tornar saudável a convivência com a seca". Essas
foram as palavras do governador Eduardo Campos, nesta segunda-feira
(09/12), durante a abertura da Conferência Estadual de Convivência com o
Semiárido, no Teatro Beberibe, no Centro de Convenções de Pernambuco. O
projeto, que já realizou cinco encontro regionais, vai criar um plano
para execução de ações e obras para minimizar os efeitos da seca.
Para
o governador, o resultado desses debates vai proporcionar a
estruturação das políticas públicas e, consequentemente, das ações
desenvolvidas para a região do semiárido, que é composta por 122
municípios e abriga 41% da população pernambucana. O governador ainda
ressaltou que o direcionamento também deve minimizar as desigualdades e
fortalecer a agricultura familiar. "A intenção é elevar a qualidade da
vida no campo e tornar a economia competitiva", completou.
A coordenadora-executiva
da Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa), Neilda Pereira, lembrou
que durante muitos anos os governos tentaram implementar políticas de
combate ao seminário e nunca visando a convivência. "Temos que oferecer
condições para que o agricultor permaneça no campo e livre de ações
emergenciais", disse a coordenadora. "Para tornar o agricultor familiar
mais competitivo, temos que discutir dois pontos: a logística e a
pesquisa. É preciso encontrar uma solução mais acessível para escoar
esses produtos e só um aprofundamento técnico pode nos oferecer um
suporte", colocou o governador Eduardo Campos.
PLANEJAMENTO - A
conferência, que é uma iniciativa pioneira no País, reuniu
representantes da sociedade civil, dos conselhos municipais, sindicatos,
associações e comunidades. A série de discussões segue até esta
terça-feira (10/12), no auditório da Faculdade Frassinetti do Recife
(Fafire), no bairro da Boa Vista. O agricultor Agagiane Santos, natural
de Águas Belas, no Agreste, disse o plano vai legar mais tranquilidade
para as próximas estiagens. "Já passamos por muitos momentos duros.
Hoje, nós temos uma assistência satisfatória, mas precisamos de ações
permanentes", afirmou Agagiane, que é indígena e atua como delegado em
Caruaru na ação de convivência com a seca.
O secretário
de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos, explicou que o plano tem
cinco eixos: universalização da água, educação, monitoramento
climático, regularização fundiária e assistência técnica. "Atualmente,
estamos com um conjunto de obras que vai estruturar o balanço hídrico do
semiárido pernambucano", garantiu o secretário. Segundo Aldo, além das
obras que estão em curso, outras intervenções devem constar no plano
estadual, material que será produzido a partir das sugestões de diversos
setores da sociedade.
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