"O
Mãe Coruja é uma atitude nova do estado, diante de um problema velho
que é a exclusão e a desigualdade. É preciso acabar com o complexo de
vira-lata no padrão de funcionamento do estado, extirpando valores de
que se é para o pobre pode ser feito de qualquer jeito. Vamos
radicalizar ao oposto, para fazer justiça social e também a maior de
todas as obras, que é mudar a vida de uma pessoa". Foram essas as palavras do governador Eduardo Campos durante a abertura, nesta quarta-feira (11/12), do III Encontro Mãe Coruja, em Gravatá.
O
evento, que tem como tema "A intersetorialidade como estruturadora do
cuidado", segue até esta quinta-feira (12/12), apresentando os
resultados alcançados, por meio do trabalho integrado de nove
secretarias estaduais, nos seis anos da implantação da política pública
estadual voltada para a redução da mortalidade infantil.
Implantado
em 2007, o Mãe Coruja já conseguiu diminuir de 21,3 para 15,7 o
coeficiente de mortalidade infantil em Pernambuco - considerando um
grupo de mil nascidos vivos. Segundo o governador, alcançar tal
resultado só foi possível com a superação de antigas práticas de gestão.
"A integração dos braços do serviço público é a coisa mais difícil do
mundo, porque primeiro é preciso vencer a cultura da elite, de um estado
ainda patrimonialista, que quer ser dono de uma 'caixinha'. E esse não
pode ser o foco. O foco tem que ser chegar na vida de uma pessoa que
está precisando e ajudar a mudá-la para melhor", asseverou o governador.
Coube
a Irailda Quitéria, 'mãe coruja" de três crianças, dar seu testemunho
prático de como o programa mudou a vida de sua família. "Quando
engravidei do meu terceiro filho, mergulhei numa depressão e não
conseguia mais nem cuidar dos meus outros dois filhos. Com o Mãe Coruja,
eu saí de casa, fiz cursos, fui orientada e isso me abriu novas
oportunidades. Então, o programa me estendeu a mão, me levantou e me
tirou do isolamento. Hoje, voltei a ser uma mulher ativa, a acreditar
que vale a pena viver, a ter sonhos e é isso que quero passar para os
meus filhos", discursou Iranilda.
O
Mãe Coruja está implantado em todas as 12 Gerências Regionais de Saúde
(Geres), atendendo a 103 municípios. Isso significa que 109.806 mulheres
e 52.072 crianças estão cadastradas e assistidas pelo programa. Só em
2013, foram realizadas 3.467 oficinas de segurança alimentar, emitidos
280 documentos de identificação; 2.569 mulheres participaram de cursos
de qualificação profissional e outras 5.490 mulheres participaram dos
440 círculos de educação e cultura.
Além
da qualificação das mulheres, foram distribuídos 9.742 kits do bebê
(até agosto) às gestantes que fizeram sete consultas ou mais de
pré-natal. Todas as crianças são acompanhadas por ações de incentivo ao
aleitamento materno, de imunização, de acesso ao registro de nascimento e
para que haja o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos
meninos e meninas.
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