O PT luta pela cidadania plena dos brasileiros, mas está a pagar um altíssimo preço ao enfrentar o establishment, retratado em instituições ainda "pertencentes" à Casa Grande
O Partido dos Trabalhadores é integrado por vários grupos
políticos, muitos deles de força ideológica socialista, comunista, que
se dividem em subgrupos considerados radicais. Eles desejam uma solução
política que ao menos domestique o capitalismo selvagem que viceja no
Brasil, um sistema econômico não filosófico, mas que apenas tem por
finalidade primordial favorecer o lucro em detrimento da maioria da
população de qualquer país.
Contudo, apesar de o PT ser um partido de esquerda e, mais do que
isto, ocupa majoritariamente e politicamente o espaço à esquerda do
espectro ideológico no Brasil, a agremiação política mais poderosa da
América Latina é, na verdade, um partido reformador e não
revolucionário, como muitos socialistas queriam, inclusive eu, o autor
deste artigo.
O PT é um partido transformador, e, consequentemente, apresentou nas
eleições ao povo brasileiro um programa de governo e um projeto de País
que viabilizasse as mudanças esperadas há décadas pela sociedade. Válido
é salientar que desde o último governo do estadista trabalhista Getúlio
Vargas o Brasil e seus consecutivos governantes se recusaram a mexer
nas estruturas de um País agrário que foi edificado por intermédio do
trabalho escravo e que tem uma das "elites" mais perversas e violentas
do mundo.
Uma classe social abastada e que domina os meios de produção e
controla um sistema midiático, que desestabiliza até mesmo governos
trabalhistas, a exemplo de mandatários populares como Lula e Dilma
Rousseff, que ano após ano têm de enfrentar todo tipo de acusações,
muitas delas levianas, e denúncias vazias, que jamais são comprovadas,
porque similares a tiros na água, cujo propósito é apenas causar
confusão à sociedade, principalmente aos grupos sociais conservadores,
como as classes médias alta e tradicional, altamente sugestionáveis,
além de serem reacionárias e preconceituosas por natureza.
São grupos sociais conservadores e que ainda não entenderam que o
Brasil mudou, porque acreditam nos valores e nos princípios de uma
burguesia minoritária, colonizada há séculos, que igualmente não conhece
o poderoso País sul-americano, além de não se importarem com as
condições de vida da maioria do povo brasileiro. Equivocadamente,
consideram-se parte das "cortes", retratada nos Estados Unidos e na
Europa Ocidental. São pequenos burgueses que sonham algum dia participar
do baile dos ricos, serem sócios de seus clubes, porque carregam em
seus espíritos a vã esperança de não serem barrados nas portas de suas
mansões.
Equivoca-se, redondamente, a classe dominante quando pensa em
retrocesso político, a fim de eleger candidato conservador que conquiste
a cadeira da Presidência da República e comece a trabalhar em prol dos
interesses do establishment, e, por seu turno, continue a manter o
status quo intacto, como se o povo brasileiro não soubesse que com a
ascensão dos trabalhistas e socialistas ao poder a sua condição de vida
não tivesse melhorado, realidade esta que sem sombra de dúvida é notada
por qualquer pessoa, por mais alienada que ela seja. As condições de
vida do brasileiro melhoraram em todos os sentidos.
É evidente que tem muito trabalho por fazer e, por sua vez, fazer com
que o Brasil seja mais igualitário, solidário e viabilize as
oportunidades a todos os brasileiros, independente de suas origens ou
classes sociais. O povo deste País sabe disso e por causa dessa
compreensão a virtual candidata do PT é a favorita em todas as pesquisas
até agora divulgadas pelos meios de comunicação de direita e que
efetivam há 11 anos oposição sistemática aos governos populares do PT,
que, como afirmei anteriormente, são de carácteres reformistas e não
revolucionários. Ponto.
Mesmo assim a direita brasileira é tão reacionária, sectária e
egoísta que luta, com todas suas forças, para que os milhões de
brasileiros mais pobres não se emancipem. Essa realidade acontece porque
somos uma sociedade patriarcal, casuística, autoritária e de passado
escravocrata, que impinge valores e conceitos terrivelmente bárbaros e
de conotação fascista, que estão enraizados na alma e na mente das
classes médias e ricas, sendo que a primeira é a caixa de ressonância
dos grupos dominantes deste País e por isto difundem tais condutas e
pensamentos reacionários, que na verdade visam, efetivamente, manter por
tempo indeterminado o status quo e a dominação social e econômica sobre
os pobres e os trabalhadores.
A verdade é que o PSDB se chama Partido da Social Democracia
Brasileira. Mas quem é social democrata, por ser reformista, é o PT. O
partido dos tucanos é de direita, aliado à direita patrimonialista e
porta-voz dos conservadores nos fóruns públicos, a exemplo do Congresso,
do STF e do Ministério Público Federal. Esta poderosa direita
tupiniquim, uma das mais influentes do mundo, não quer reformas, como
não as quis quando derrubou o grande presidente trabalhista João
Goulart, o Jango, e conspirou contra o estadista Getúlio Vargas, até a
sua morte trágica em 1954.
A direita brasileira é escravocrata e a efetivação de simples
reformas propostas pelos governos trabalhistas causa a ela um sentimento
de perda. Não a perda de seu dinheiro e do patrimônio amealhado ou
acumulado no decorrer de décadas ou até mesmo séculos. É um sentimento
mais profundo, que remonta historicamente o sentimento de posse e
domínio sobre seres humanos. É terrível e muito complexo enfrentar essas
questões tão enraizadas na sociedade brasileira, que atinge, inclusive,
os corações e as mentes da classe média de pele branca e valores
morbidamente capazes de deixar uma pessoa que preza a igualdade e a
democracia com o queixo caído, porque se trata de gente que,
indelevelmente, é empregada dos ricos por toda sua vida.
O PT e seus membros são diuturnamente desqualificados e
desconstruídos pelo establishment em forma de mídias, notadamente a
imprensa de negócios privados, setor este que sonega impostos e deve
muito dinheiro ao poder público. Essa realidade acontece porque o PT e
seus governos romperam os paradigmas estabelecidos há séculos pelas
oligarquias inquilinas da Casa Grande.
São "elites" que não conseguem conviver com a igualdade entre as
pessoas, porque se acham superiores, quiçá pessoas tão "formosas" e
"superiores" que se consideram diretamente "escolhidas" por Deus para
receberem todos os benefícios e privilégios que a vida pode dar, mesmo
se muito de suas riquezas e prazeres são originários do trabalho duro
dos trabalhadores brasileiros.
É inaceitável viver em um País onde campeia a desigualdade. Para
reverter este quadro lúgubre e nefasto, necessário se torna concretizar
ferramentas e instrumentos que viabilizem a ascensão social, econômica e
financeira dos pobres e dos desvalidos, bem como dos pequenos
empreendedores, pois são eles os responsáveis maiores pela criação dos
postos de trabalho no Brasil. Os governos trabalhistas de Lula e Dilma
Rousseff estão a investir pesadamente em educação, pesquisa,
infraestrutura e também em saúde.
Entretanto, nada é divulgado nas mídias mercantilistas e
ditatorialmente controladas por magnatas bilionários que não têm o menor
compromisso com o Brasil e seu povo. O PT e seus aliados vão ter de
mostrar suas ações e realizações por intermédio do horário eleitoral
gratuito, bem como responder à altura toda denúncia vazia, acusações
infundadas e ataques ferozes que visam confundir para manipular a
verdade e a realidade perante o eleitor, que é o cidadão brasileiro.
O PT luta pela cidadania plena dos brasileiros, mas está a pagar um
altíssimo preço ao enfrentar o establishment, retratado em instituições
ainda "pertencentes" à Casa Grande, a exemplo do STF, da PGR e de
setores da Polícia Federal, além, evidentemente, da forte oposição da
imprensa de mercado e de partidos conservadores como o PSDB. As reformas
dos trabalhistas são as verdades que a burguesia e a direita não querem
ver e aceitar. É isso aí.
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