Para a ministra, Marina dificulta interlocução do PSB com o campo
A
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, rebateu ontem críticas do
ex-aliado e virtual candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) sobre a
ausência de diálogo do governo com o setor privado, especialmente com o
mundo agrícola.
Em uma
referência indireta à aliança do pernambucano com a ex-senadora Marina
Silva, parceria vista com preocupação pelos empresários do campo, a
chefe da Casa Civil recorreu à ironia. 'Discurso fácil e radical não
resolve o problema e não é bom para o Brasil. O governador deveria olhar
bem à sua volta e ver que o problema de interlocução com o campo não
está no governo.'
A união de
Campos com Marina é vista com ressalva pelo setor rural e fez com que
ele abrisse mão do apoio do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos
líderes da bancada ruralista, mas visto como um adversário ideológico
pelo grupo de Marina.
Para desfazer
eventuais resistências a seu nome em razão dessa aliança, o próprio
Eduardo Campos tem feito um périplo junto a representantes do setor com a
ajuda de Roberto Rodrigues, ex-ministro de Lula (Agricultura).
'DESCONHECE O SETOR'
'Eu sou de um
Estado agrícola e sei o que estamos fazendo. Lá e nas grandes regiões
produtoras, estamos bombando, como dizem os jovens', afirmou Gleisi:
'Quero crer que as declarações do governador devem ser por desconhecer o
setor e das políticas do governo'.
Segundo
Gleisi, o governo esgotou as grandes pautas do agronegócio, ampliando
créditos, reduzindo as taxas de juros, ampliando financiamentos e
estruturando uma política de seguro agrícola.
'Ele diz que
não tem interlocução, mas todo plano safra é resultado de uma interação
constante com os setores produtivos', afirmou. Para ela, o que o governo
faz é mediar os interesses e fazer com que ninguém tenta perdas, nem os
empresários, nem o cidadão. 'Parece que o governador está forjando
crítica para se defender.' (Folha de S.Paulo - Natuza Nery)
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