O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, é um
dos principais derrotados com o sucesso do leilão dos aeroportos de
Confins e Galeão, que estão trazendo R$ 20,8 bilhões aos cofres do
governo; em julho deste ano, em entrevista às páginas amarelas de Veja,
ele debochou do País e do governo Dilma; "Em alguns segmentos do
governo, falta capacidade de gestão e, em outros, os diagnósticos estão
errados. E tem gente que ainda acha que está abafando", afirmou, ao se
referir ao programa de concessões; na entrevista, Esteves dizia que era
difícil vender o País; banqueiro virou motivo de chacota em Brasília e
já é quase persona non grata nos círculos do poder, que ele já
frequentou (acima)
247 - Na entrevista exclusiva concedida ao 247, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "quem torce contra o Brasil perde" (leia aqui).
A frase se encaixa perfeitamente ao banqueiro André Esteves, do BTG
Pactual, que já frequentou os círculos do poder, mas, hoje, é motivo de
chacota em Brasília. O motivo: em julho deste ano, numa entrevista
concedida às páginas amarelas da revista Veja, ele afirmou que estava
cada vez mais difícil "vender o Brasil". Esteves debochou do programa de
concessões e até duvidou da capacidade de gestão do governo Dilma. "Em
alguns segmentos do governo, falta capacidade de gestão e, em outros, os
diagnósticos, estão errados. Tem gente que ainda acha que está
abafando", disse ele.
Aquela entrevista foi mais uma etapa
no processo de construção de um discurso que apontava certo
distanciamento entre empresários e o Palácio do Planalto (leia mais aqui).
Esteves, que no passado afirmou que o BTG era uma espécie de "BNDES
privado", perdeu uma oportunidade e tanto de ficar calado. O sucesso do
leilão de Confins e do Galeão repercutiu mundo afora e, segundo o Wall
Street Journal, coloca a presidente Dilma "em alta". Pode até ser que o
banqueiro consiga reconstruir suas pontes com os círculos do poder, que
já frequentou. Mas, hoje, ele é quase persona non grata em Brasília.
Leia, abaixo, o que André Esteves
disse às páginas amarelas de Veja sobre o programa de concessões. E tem
gente que ainda acha que está abafando:
As concessões e a confiança no Brasil
Paira uma grande incerteza sobre o
rumo que o país está tomando. Nos últimos tempos, o governo lançou
pacotes para ferrovias, rodovias e aeroportos que até iam na direção
certa, mas resolveu definir ele mesmo a taxa de retorno do investimento –
o que, além de despropositado, é tarefa absolutamente inglória (...)
Temos um cliente, um grande fundo de pensão canadense acostumado a
aplicar bilhões aqui, que suspendeu temporariamente os investimentos em
infraestrutura até ter mais clareza sobre o futuro. É esse o jogo – o
das expectativas – que o governo está perdendo (...) O que me choca é
que é tudo muito fácil de resolver.
Se é fácil, por que ninguém faz?
Em alguns segmentos do governo,
falta capacidade de gestão e, em outros, os diagnósticos, estão errados.
Tem gente que ainda acha que está abafando.
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