Colunista da Folha de S.Paulo diz que o tratamento
dado pela Justiça a José Genoino, preso em Brasília apesar de uma grave
doença no coração, "é uma desumanidade que beira o linchamento", quase
"como se fosse uma execução", e tudo sob os "aplausos de multidões que
desejam vingança"; ele sugere que o ato de Joaquim Barbosa foi
"marketing talvez associado a algum projeto presidencial no futuro"
247 - Dentro ou não da lei brasileira, a prisão
do ex-presidente do PT José Genoino no Complexo da Papuda, apesar de sua
grave doença cardíaca, "é uma desumanidade" com os aplausos da multidão
que "deseja vingança", afirma o colunista da Folha de S.Paulo Gilberto
Dimenstein.
Por isso, ele sugere: "Não seria melhor executar o Genoino?". Em
artigo publicado nesta tarde, o jornalista ressalta que, mesmo desejando
o fim da corrupção, não podemos perder o senso de responsabilidade. E
acusa a atitude de Joaquim Barbosa, que determinou as prisões, de fazer
um "marketing associado a algum projeto presidencial no futuro".
Leia:
Não seria melhor executar o Genoino?
Não tenho condições de dizer se o que estão fazendo com o José Genoino obedece ou não a lei. Talvez obedeça.
Mas dá para dizer que é uma desumanidade que beira o linchamento.
Pegar um homem doente, que passou por uma operação gravíssima e jogá-lo numa cadeia. O ato pode ser legal. Mas é irresponsável.
É quase como se fosse uma execução. Tudo isso com os aplausos de multidões que desejam vingança.
Se toleramos que se faça isso com os outros, podemos acabar tendo de
engolir que façam com a gente. É assim que nações acabam tolerando
absurdos.
É nessas horas de comoção que, mesmo que queiramos o fim da
impunidade e da corrupção, não podemos perder o senso de
responsabilidade e humanidade.
Volto a repetir aqui que acho que Joaquim Barbosa prestou um enorme serviço ao Brasil e merece entrar na história.
Mas chego a suspeitar que, por trás dessas cenas, exista um marketing talvez associado a algum projeto presidencial no futuro.
Se não for isso, apenas o prazer de gerar imagens impactantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário