Flora Freire
Especial para NE10
Poucos são os que não gostam de algum tipo de refrigerante. Mas,
apesar do sabor e do apelo da publicidade, os efeitos da bebida vão
muito além do prazer propagandeado. A começar pela boca. A exposição
constante do dente à acidez de refrigerantes pode causar problemas como
lesões de cárie, manchas, gengivite, retração gengival e sensibilidade.
Esses mesmos efeitos, no entanto, podem ser intensificados pela má
escovação, como aponta o professor Alisson Guedes, da Faculdade de
Odontologia do Recife (FOR). “Não é bom tomar refrigerante ou consumir
frutas cítricas e, logo em seguida, escovar os dentes, devido ao teor de
acidez. Essa ação, feita repetidas vezes, pode gerar o desgaste. O que a
pessoa pode fazer após comer é enxaguar a boca com um bocheco. O
recomendável é esperar cerca de trinta a quarenta minutos antes de
escovar”, explica.
O tempo informado pelo pesquisador é o necessário para o restabelecimento do pH, ou potencial de hidrogênio, que, quando menor que sete, caracteriza a acidez de uma substância. No caso do refrigerante, essas substâncias são o ácido cítrico e do ácido fosfórico, responsáveis pelo desgaste do esmalte. Uma vez desgastado, o dente fica com aspecto amarelado e vulnerável à ação do açúcar, que serve de alimento para bactérias durante a formação da cárie.
Sobre a ação do refrigerante na gengiva, o pesquisador a compara ao efeito de drogas como a cocaína. “Pessoas que fazem uso dessa droga, muitas vezes a esfregam próxima à gengiva, para aumentar a absorção e, por isso, tanto o dente quanto a gengiva acabam danificados. Com o refrigerante acontece algo parecido. O desgaste nessa região pode causar retração gengival, por exemplo”. A mesma informação tem como base um estudo realizado neste ano na Universidade de Filadélfia, intitulado “Dental erosion due to abuse of illicit drugs and acidic carbonated beverage”, segundo o qual o prejuízo à saúde bucal também poderia ser comparado ao causado pela metanfetamina e pelo crack.
Uma vez no sistema digestivo, a bebida se transforma em uma nova ameaça, isso porque a cafeína, presente em refrigerantes do tipo cola, causa alterações como refluxo e queimação, além de possível dependência. Outro risco é causado pelos gases, que distendem o estômago e aumentam a ânsia de vômito. Quando dietéticos, há ainda o teor elevado de adoçante, geralmente do tipo ciclamato de sódio, que é um sal em sua composição. “Por isso, as pessoas hipertensas devem entender que o fato de ele ser diet ou zero não evita a existência de sal, que aumenta a pressão”, explica o gastroenterologista e professor do Hospital Oswaldo Cruz Severino Santos.
A presidente do Sindicatos de Nutricionistas de Pernambuco, Clézia Silvério, reforça que, dentro do organismo, o ácido cítrico possui ação bactericida e não causa danos à saúde, embora deva ser evitado por pessoas alérgicas. Já o ácido fosfórico prejudica a calcificação dos ossos, induzindo a osteoporose. A situação é bastante conhecida pela estudante de química industrial Karina Mendes, 24, que, desde os 15, consumia aproximadamente um litro e meio de refrigerantes por dia, incluindo os do tipo cola. “Tenho refluxo e gastrite e também problemas com o ácido fosfórico. Em momentos de estresse já senti dor e, ao acordar, minha boca ficava seca e amarga”.
A estudante explica que o problema foi agravado em virtude do estresse e do consumo de café. Ainda assim, o tratamento, iniciado neste ano, inclui medicação e evitar o consumo de refrigerantes. Karina, que já ficou quase um ano sem tomar a bebida, admite que não parou definitivamente. “Não vejo problema em consumir refrigerantes, só acho que não deve ser exagerado. Consumo porque é prático e mais rápido do que pedir um suco quando se está na rua, por exemplo”. Especialistas, no entanto, alertam que o ideal seria substituí-lo por uma bebida mais saudável como sucos naturais, iogurte, água ou leite, sempre que possível.
O tempo informado pelo pesquisador é o necessário para o restabelecimento do pH, ou potencial de hidrogênio, que, quando menor que sete, caracteriza a acidez de uma substância. No caso do refrigerante, essas substâncias são o ácido cítrico e do ácido fosfórico, responsáveis pelo desgaste do esmalte. Uma vez desgastado, o dente fica com aspecto amarelado e vulnerável à ação do açúcar, que serve de alimento para bactérias durante a formação da cárie.
Sobre a ação do refrigerante na gengiva, o pesquisador a compara ao efeito de drogas como a cocaína. “Pessoas que fazem uso dessa droga, muitas vezes a esfregam próxima à gengiva, para aumentar a absorção e, por isso, tanto o dente quanto a gengiva acabam danificados. Com o refrigerante acontece algo parecido. O desgaste nessa região pode causar retração gengival, por exemplo”. A mesma informação tem como base um estudo realizado neste ano na Universidade de Filadélfia, intitulado “Dental erosion due to abuse of illicit drugs and acidic carbonated beverage”, segundo o qual o prejuízo à saúde bucal também poderia ser comparado ao causado pela metanfetamina e pelo crack.
Uma vez no sistema digestivo, a bebida se transforma em uma nova ameaça, isso porque a cafeína, presente em refrigerantes do tipo cola, causa alterações como refluxo e queimação, além de possível dependência. Outro risco é causado pelos gases, que distendem o estômago e aumentam a ânsia de vômito. Quando dietéticos, há ainda o teor elevado de adoçante, geralmente do tipo ciclamato de sódio, que é um sal em sua composição. “Por isso, as pessoas hipertensas devem entender que o fato de ele ser diet ou zero não evita a existência de sal, que aumenta a pressão”, explica o gastroenterologista e professor do Hospital Oswaldo Cruz Severino Santos.
A presidente do Sindicatos de Nutricionistas de Pernambuco, Clézia Silvério, reforça que, dentro do organismo, o ácido cítrico possui ação bactericida e não causa danos à saúde, embora deva ser evitado por pessoas alérgicas. Já o ácido fosfórico prejudica a calcificação dos ossos, induzindo a osteoporose. A situação é bastante conhecida pela estudante de química industrial Karina Mendes, 24, que, desde os 15, consumia aproximadamente um litro e meio de refrigerantes por dia, incluindo os do tipo cola. “Tenho refluxo e gastrite e também problemas com o ácido fosfórico. Em momentos de estresse já senti dor e, ao acordar, minha boca ficava seca e amarga”.
A estudante explica que o problema foi agravado em virtude do estresse e do consumo de café. Ainda assim, o tratamento, iniciado neste ano, inclui medicação e evitar o consumo de refrigerantes. Karina, que já ficou quase um ano sem tomar a bebida, admite que não parou definitivamente. “Não vejo problema em consumir refrigerantes, só acho que não deve ser exagerado. Consumo porque é prático e mais rápido do que pedir um suco quando se está na rua, por exemplo”. Especialistas, no entanto, alertam que o ideal seria substituí-lo por uma bebida mais saudável como sucos naturais, iogurte, água ou leite, sempre que possível.
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