DO BLOG DE RICARDO KOTSCHO
Fracassou em
todo o país "o maior protesto da história do Brasil", evento anunciado
durante toda a semana nas redes sociais e amplificado por setores da
grande imprensa, que divulgaram massivamente os atos de protestos
marcados para 149 cidades.
Até as quatro
da tarde deste sábado de 7 de setembro, hora em que começo a escrever,
não houve nada que lembrasse as grandes manifestações das chamadas
"Jornadas de Junho", que levaram milhões de brasileiros às ruas nas
principais cidades brasileiras.
Ao contrário,
não vimos nada de multidões protestando "contra tudo e contra todos",
carregando faixas e cartazes com as mais diferentes reivindicações, mas
apenas alguns bandos de arruaceiros, umas poucas centenas de integrantes
dos grupos mascarados do Anonymous e dos Black Blocs, tentando invadir
desfiles militares, queimando bandeiras e entrando em confronto com a
polícia, principalmente no Rio e em Brasília.
A exceção
ficou por conta da "Marcha dos Excluídos", manifestações pacíficas de
movimentos sociais ligados à igreja católica, que todos os anos saem às
ruas depois dos desfiles militares para apresentar suas reivindicações,
que são levadas até a Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo.
A cobertura completa do 7 de setembro está no noticiário aqui do R7, contrariando
as previsões apoteóticas das pitonisas da mídia que imaginavam
transformar este 7 de setembro num grande movimento nacional contra o
governo, pegando como gancho a reta final do julgamento do mensalão,
como se pode ver nesta nota publicada na coluna "Painel", da Folha, na
edição deste sábado:
''Monitoramento
de redes sociais feito pela agência FSB para seus clientes estimou em
38,7 milhões de pessoas o público exposto a convocações para protestos
em todo o país. Entre os principais motes captados pelo estudo estão a
prisão imediata dos condenados no mensalão".
Não foi o que
se viu nas ruas. Gostaria de saber de onde tiraram este número e o mote
apontado como principal para levar o povo às manifestações, já que os
protestos se resumiram a pequenos grupos de arruaceiros e vândalos, e
não vi na cobertura das televisões nada que lembrasse o julgamento do
mensalão.
Se as
oposições e seus aliados do Instituto Millenium esperavam o 7 de
Setembro para dar uma guinada no cenário político-eleitoral do
país, amplamente favorável à presidente Dilma e ao governo federal, como
foi registrado nas últimas pesquisas, é bom que procurem logo outro
povo e outro mote para "o maior protesto da história". Desta vez, foi um
fiasco retumbante.
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