A fonte principal de uma denúncia contra o
programa que visa levar médicos a regiões remotas do País, publicada na
Folha, é filiada ao PSDB; Desirée de Sá Barreto, secretária-adjunta de
Saúde de Barbalho (CE), afirmou ao jornal que médicos brasileiros serão
substituídos por cubanos, uma vez que, assim, a prefeitura deixará de
gastar com os salários dos profissionais; em resposta, o Ministério da
Saúde afirmou que as prefeituras que agirem desse modo serão excluídos
do Mais Médicos; com a entrevista de Desirée à Folha, criou-se a
percepção de que médicos estrangeiros estão tomando postos de
brasileiros, quando o objetivo é justamente levá-los a regiões que não
atraíram o interesse de profissionais daqui
247 – Uma denúncia contra o programa Mais
Médicos, divulgada nesta sexta-feira pela Folha de S.Paulo, tem o
carimbo do PSDB. O jornal informou ter identificado 11 cidades de quatro
Estados que pretendem demitir médicos contratados pela Prefeitura a fim
de substituí-los por profissionais do programa do governo federal,
cujos salários serão totalmente bancados pela União. Desta forma, fariam
economia nos cofres municipais, trocando o que seriam seus gastos por
custos para o governo federal. O problema é que a principal fonte da
reportagem é do ninho tucano.
"Eles só serão dispensados quando os novos se apresentarem, para
poder fazer a permuta", disse à Folha a secretária-adjunta de Saúde do
município de Barbalha, no Ceará, Desirée de Sá Barreto. Desirée, que
também é presidente do Conselho Municipal de Saúde, é filiada ao PSDB,
segundo o TRE-CE, que possui seus dados de quando foi eleita vereadora
na cidade. Sua proposta é apoiada pelo secretário da Saúde de Barbalha,
Caio Melo, que declarou: "Se fosse possível, botaríamos todos [pelo]
Mais Médicos, porque não teríamos o custo do salário mensal dos
profissionais".
A prática foi considerada inaceitável pelo Ministério da Saúde, que
garantiu que a cidade que fizer esse tipo de troca de médicos será
excluída do programa. "Os municípios que insistirem nessa questão [de
substituição] nós vamos visitar e, se observada essa prática, os médicos
serão remanejados e esses municípios serão excluídos do programa",
disse hoje o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do
Ministério da Saúde, Mozart Sales, após a publicação da denúncia.
Como se vê, o PSDB não apenas é um forte crítico do programa lançado
no início de julho pela presidente Dilma Rousseff, que visa levar
médicos brasileiros e estrangeiros a regiões pobres do País, como
aparentemente pretende sabotar a iniciativa, ajudando a alimentar a
percepção de que médicos estrangeiros estarão tomando vagas de
brasileiros.
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