Organizadora de MG viajou 580 quilômetros para conhecer Marinô.
Parte do material comprado com o dinheiro do furto está sendo devolvida.
Geladeira, mesa e cadeiras comprados com o dinheiro do furto estão com Marinô (Foto: Tomás Baggio/G1)
Uma campanha solidária organizada pela internet poderá aliviar a situação do homem que juntou R$ 28 mil em dez anos de trabalho e acabou sendo furtado
dentro de casa em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Ao conhecer a
história de Marinô Pascoal de Melo, catador de latinhas que guardava o
dinheiro em uma mochila no armário do quarto, a editora de livros
Fabiana Andrade, moradora de Baependi, MG, criou uma campanha pela
internet para recuperar a quantia que seria usada na compra de uma casa.
Mas a ajuda à distância não foi suficiente para Fabiana, que viajou 580
quilômetros para se encontrar com Marinô e a família dele neste domingo
(25).No encontro, Fabiana explicou como funciona a arrecadação pela internet e colheu os dados da conta bancária de Marinô para onde o dinheiro será transferido. Segundo o site da campanha, até este domingo foram arrecadados R$ 2.590, ou 9,25% do total pretendido. Outros R$ 2.202 estão pendentes de confirmação.
"As doações estão chegando de várias partes do Brasil e também de fora do país, de lugares como Dubai e Inglaterra. O objetivo é chegar o mais próximo possível do valor necessário para ele conseguir comprar a casa que queria. O site que organiza a vaquinha libera o dinheiro a cada 15 dias diretamente para a conta informada. Mas outras pessoas estão preferindo doar diretamente na conta bancária do Marinô. O importane é que ele possa ter o dinheiro de volta", declara a organizadora da campanha.
Fabiana (esquerda) viajou 580 quilômetros para
ver Dona Neide e Marinô (Foto: Tomás Baggio/G1)
Para Marinô e a mãe dele, Neide Pascoal de Melo, a ajuda é muito bem
vinda. Dona Neide agradece a mobilização e o carinho que eles receberam
nos últimos dias. "Foi uma situação muito triste, mas pelo menos a gente
está vendo um monte de gente querendo ajudar. Estamos recebendo visitas
o tempo todo, a casa sempre cheia. E agora não vamos mais cometer esse
erro de guardar o dinheiro em casa. Já ativamos a poupança do Marinô,
ele está sendo alfabetizado, já sabe assinar o nome dele, e só vamos
guardar dinheiro no banco agora", diz a mãe, que é legalmente
responsável pela conta bancária do filho. "Agora eu vou ter que ir no
banco e aprender tudo", confirma Marinô.ver Dona Neide e Marinô (Foto: Tomás Baggio/G1)
Produtos comprados com dinheiro do furto são devolvidos
Não bastasse a surpresa de encontrar vazia a mochila onde o dinheiro ficava guardado dentro do armário, as investigações da 126ª DP (Cabo Frio) apontaram duas sobrinhas de Marinô, de 13 e 14 anos, acompanhadas de uma amiga de 14 e da mãe da amiga, identificada como Marcely, como responsáveis pelo furto. A notícia caiu como uma bomba na casa de Dona Neide.
"A minha filha, mãe das meninas, está em depressão e não quer sair de casa. Até perdeu o emprego porque não consegue mais ir trabalhar", diz a matriarca sobre o choque da notícia do envolvimento de duas netas.
- As doações estão chegando também de fora do país, como Dubai e Inglaterra"
"As duas sobrinhas descobriram que ele tinha o dinheiro e começaram a furtá-lo aos poucos. Elas envolveram uma amiga, e posteriormente a mãe dessa amiga descobriu tudo. Só que ela incentivou o crime e as meninas continuaram furtando até a vítima descobrir", explicou o delegado Luiz Cláudio Cruz, acrescentando que as menores poderão responder por furto, enquanto Marcely será acusada de corrupção de menores. Todas elas prestaram depoimento e foram liberadas.
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