Concordo com os senadores golpistas Ronaldo Caiado (DEM) e Cássio
Cunha Lima (PSDB). O presidente temporário Michel Temer (PMDB) perdeu as
condições éticas e políticas para continuar à frente do Poder Executivo
federal. Quem conhece a cena política brasileira sabe que este governo é
natimorto. Um governo sem voto, sem ética e, acima de tudo, sem diálogo
com os menos favorecidos do Brasil.
O governo Michel Temer está a serviço de grande parte da elite
conservadora de São Paulo. Temer é refém de uma maioria parlamentar
fisiológica e comanda um governo que já foi obrigado a demitir seis
ministros em seis meses, a maioria por problemas éticos. Um governo que é
muito pequeno para um país do tamanho do Brasil.
Não podemos permitir que o Brasil seja governado mais 24 meses pela
turma de Michel Temer. Grande parte dessa confraria do PMDB vem fazendo
mal ao país há longos anos. Lembro que fui, várias vezes, à tribuna e
disse que seria uma irresponsabilidade entregar o destino do país nas
mãos desse pessoal.
Defendo que os homens e mulheres de bem deste país sentem à mesa e
construam um governo de pacificação nacional. Um governo que seja
capitaneado por um ou uma presidente ficha limpa. Para isso, precisamos
voltar às ruas e, desta vez, com mil razões para exigir a renúncia ou o
impeachment de Temer.
Quando fui diplomado deputado federal assumi o compromisso de
defender a Constituição do Brasil. Por isso, fui contra o impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT), do mesmo modo que, neste momento, por
mais simpática e agradável que seja a tese das eleições diretas aos
ouvidos de vários setores da sociedade, sou contra esse movimento.
A Constituição diz que, quando um presidente é afastado faltando dois
anos para o fim do seu mandato, a eleição será indireta, o novo
presidente será escolhido pela Câmara Federal. Sei que este artigo da
Constituição causa náuseas à maioria do povo brasileiro, em função da
falta de postura ética da maioria dos deputados federais do país.
Mas é preciso esclarecer que, quando conseguirmos destituir o
ilegítimo presidente Michel Temer, a Câmara poderá eleger de forma
indireta qualquer brasileiro ou brasileira. É evidente que existem na
Câmara Federal alguns companheiros que teriam condições de substituir a
Michel Temer, porém, fiquem tranquilos. Neste momento, a possibilidade
de um deputado federal ser eleito – de forma indireta – presidente da
República é perto é zero.
O Brasil é maior do que qualquer crise. Temos a chance de começar
2017 com um país novo, mais sério, mais respeitado pela comunidade
internacional. Existem muitos brasileiros e brasileiras ficha limpa,
homens e mulheres honradas. Podemos escolher um deles para presidir
nosso país. Fora Temer.
Feliz 2017. Feliz Brasil novo.
*Deputado federal pelo PTdoB e vice-líder da oposição na Câmara
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