O
primeiro movimento é óbvio: aparecer em todas as oportunidades,
manifestar-se sobre todos os assuntos, dar palpite sobre cada tema ou
acontecimento. O segundo é uma consequência: deixar claro seu
desinteresse em tirar proveito de suas opiniões, sempre a título de
colaboração, especialmente se tiver sido professor, pairando acima do
conjunto ávido de receber concordâncias.
Terceiro:
mais do que tudo, negar até o último minuto ilações a respeito de suas
verdadeiras intenções, mas acertando sempre nas criticas e no chamamento
às necessárias correções. Jamais dizer-se candidato, alegando até mesmo
a idade e o dever já cumprido, em se tratando de ex-presidentes.
Por
último: valer-se, sem exagerar, das lembranças e artigos favoráveis de
antigos colaboradores e fiéis seguidores, mesmo deixando claro não estar
concorrendo, apesar de dispor de soluções para as questões mais agudas à
vista de todos.
Esse,
sem tirar nem pôr, é o roteiro da candidatura de Fernando Henrique
Cardoso, aquele que é, dando a impressão de nunca ter sido.
Milimetricamente, peça por peça, o sociólogo cumpre as diversas etapas
que o farão ser lançado como denominador comum em meio ao canibalismo de
tucanos como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Quando tais
ingênuos perceberem, terão sido engolidos pelo ex-presidente, até
felizes por evitar derrotas isoladas e imediatas, esperançosos em
disputar os futuros mandatos.
Traduzindo:
FHC é candidato mesmo, aproveitando-se da vitoria do PSDB nas recentes
eleições municipais. Os três pretendentes fracassados poderão até ocupar
três ministérios no Segundo Reinado.
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