Gerson Camarotti - Portal G1
A
ficha caiu entre os políticos investigados pela Operação Lava Jato.
Quem ainda tinha esperança de rebater acusações feitas nas delações
premiadas agora sabe que a defesa ficou bem mais complexa. A
materialidade das provas apresentadas pelos representantes do Ministério
Público Federal e da Polícia Federal na denúncia das cúpulas da Andrade
Gutierrez e Odebrecht é mostra de que a investigação já está muito mais
avançada na primeira instância do que se imaginava inicialmente em
Brasília.
Só agora é possível ter a
compreensão do motivo pelo qual os procuradores demoraram tanto para
fechar a denúncia das duas maiores empreiteiras. Ao conseguir comprovar o
que foi chamado pelo procurador Deltan Dallagnol de “sofisticado
esquema de lavagem de dinheiro” que usava contas secretas e empresas
offshore, controladas pelas empreiteiras, a Operação Lava Jato atingiu
um novo patamar.
Entre parlamentares investigados, a preocupação é que a colaboração feita pelo Ministério Público da Suíça – que
já identificou que empresas da Odebrecht no exterior fizeram pagamentos
a ex-diretores da Petrobras em contas secretas – também acabe chegando
rapidamente nos esquemas de financiamento político e eleitoral de
partidos.
O temor entre caciques do PT e do
PMDB é que a comprovação de pagamentos da Odebrecht aos ex-diretores
Renato Duque, Nestor Cerveró, e Jorge Zelada acabe motivando novas
delações premiadas em profundidade. Isso porque os investigadores já
comprovaram que eles receberam propinas. Portanto, para que haja
interesse da Operação Lava Jato em novas delações, os ex-diretores
teriam que abrir todo o esquema com políticos e partidos.
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