247 – Será que os
tucanos viraram avestruzes? Esta é a questão que está ecoando nas redes
sociais neste domingo, quando a hashtag #CadeAecio se tornou um trending
topic, ou seja, um dos assuntos mais comentados no Twitter.
Internautas estranharam o silêncio
do PSDB, que tem sido tão agressivo nas acusações relacionadas à
Operação Lava Jato, desde que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se
tornou um dos alvos, após ser acusado de cobrar propina de US$ 5 milhões
do empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal.
"O PSDB acompanha com preocupação o
agravamento do quadro político no país. Continuaremos atentos ao nosso
papel de defender as nossas instituições para que elas cumpram suas
funções constitucionais. Todas as denúncias têm que ser investigadas,
respeitado o amplo direito de defesa", disse o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) sobre o caso.
Uma postura bem diferente do que fez
o PSDB num post do Instituto Teotônio Vilela sobre o inquérito aberto
contra o ex-presidente Lula, que fez referência a um defeito físico do
ex-presidente e ainda afirmou que 'sua hora chegou' – a nota foi tão
agressiva que até mesmo o presidente do ITV, o ex-deputado José Aníbal, a
desautorizou (leia mais aqui).
Entre os tucanos, o único a falar
foi o vice-presidente Alberto Goldman, que reconheceu que Cunha perdeu
legitimidade para liderar um eventual processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. "A denúncia afeta a capacidade de liderança
do presidente da Câmara dos Deputados e o apoio que ele conquistou para
sua eleição ao cargo", disse Goldman. "E não terá só efeito dentro do
Congresso Nacional, mas também na sociedade".
A postura do PSDB diante da queda de
Cunha revela que, na realidade, o presidente da Câmara nunca foi da
base governista, com a qual rompeu na última semana. O PSDB é que perdeu
um dos seus. Um quadro com quem contava para fazer avançar o golpe
contra a presidente Dilma Rousseff.
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