Procuradoria-Geral da República deve apresentar acusações contra o presidente da Câmara em agosto
Na
mira da Procuradoria-Geral da República, o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descartou nesta sexta (24) se afastar do
comando da Casa caso seja denunciado por envolvimento na Operação Lava
Jato.
O
consultor da Toyo Setal e delator, Julio Camargo, disse na semana
passada ao juiz federal Sergio Moro que Cunha pediu propina de US$ 5
milhões em um contrato de sonda da Petrobras. O peemedebista nega a
acusação.
Camargo,
por sua vez, também fez a acusação à PGR, comandada por Rodrigo Janot,
que deve denunciar Cunha ao STF (Supremo Tribunal Federal) no próximo
mês.
"A eventual denúncia, se ocorrer, terá de ser apreciada pelo plenário do STF. Não cogito qualquer afastamento", afirmou Cunha à Folha.
O caso que envolve o peemedebista precisa ser analisado pelos 11 ministros da Corte, já que ele ocupa a presidência da Câmara.
O
Planalto espera que a denúncia enfraqueça a gestão de Cunha. Desde que
foi eleito para o cargo, em fevereiro, ele tem travado duros embates e
imposto derrotas importantes ao governo federal.
O
peemedebista ironiza a aposta do governo em sua saída. "Se o Planalto
tivesse força para fazer alguém, o presidente teria sido Arlindo
Chinaglia e não eu." Chinaglia (PT-SP) era o candidato patrocinado pelo
governo e foi derrotado por Cunha na disputa pelo comando da Câmara.
(Da Folha de S.Paulo - Andréia Sadi e Marina Dias)
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