247-Cético
quanto ao fator previdenciário, criado em seu governo (em 1999), o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso critica com veemência o apoio de
deputados e senadores do PSDB que se posicionam a favor da extinção da
medida.
"Acabar
com o fator previdenciário ou diminuir as exigências de idade e tempo
de trabalho como foi feito agrava a situação fiscal e, a médio prazo, o
custo cairá no bolso do povo. Na campanha de 2014, o PSDB prometeu
substituir o fator previdenciário por outro mecanismo, o que seria
razoável. O PSDB votar como votou abala seu prestígio, embora em camadas
de menor peso eleitoral", diz o tucano.
Em
entrevista publicada no site do jornal O Estado de São Paulo neste
sábado (6), FHC critica ainda o apoio dos tucanos ao fim da reeleição
para cargos do Executivo (presidente da República, governadores e
prefeitos), medida também implantada no seu governo. "Eu continuo
favorável a ela (à reeleição) e não creio que o tempo de experiência
tenha sido suficiente para invalidá-la".
Um
dos tucanos simpáticos ao fim da reeleição é o atual presidente do
PSDB, senador Aécio Neves, possível candidato à presidência da República
mais uma vez em 2018.
Sobre
o clima de desunião entre os tucanos, FHC diz que o PSDB a impressão de
desunião se dá nas proximidades de eleições presidenciais "porque seu
partido não tem dono".
"A
imagem de um PSDB desunido aparece toda vez que estamos próximos a uma
disputa eleitoral ou quando há ansiedade diante de um grande impasse.
Por que isso e por que não com referência a outros partidos?
Provavelmente porque o PSDB não tem dono e desde sua fundação contou com
quadros de projeção nacional. Este é o lado positivo da resposta, mas
há outros."
Questionado
sobre como aproveitar o momento de crise pelo qual passa o PT, o
ex-presidente tucano prega cautela nas votações de matérias do governo
no Congresso, "para não votar contra tudo que é do governo", mas pondera
que a oposição não pode perder as oportunidades de "denunciar o
oportunismo do PT".
"É
compreensível que haja hesitação: votar contra tudo que vem do governo
do PT, como este fez quando éramos governo, ou manter a coerência? Para
mim não há dúvidas: é manter a coerência, denunciando, ao mesmo tempo, o
oportunismo do PT. Este nos acusava de neoliberais, quando na verdade
sabíamos as consequências da irresponsabilidade fiscal. Agora, diante do
desastre que suas políticas demagógicas provocaram, não há alternativa à
austeridade fiscal. Esta pesará sobre todos, mas custará mais caro aos
assalariados. Pior: os ajustes vêm sendo feitos sem crença por parte do
PT e sem horizonte de esperanças para o povo."
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