Do JC Online – Franco Benites
Uma
das promessas de campanha de Paulo Câmara (PSB) em 2014 - de que não
haveria cobrança de pedágio na BR-232 - está prestes a cair por terra
com a inclusão da estrada no pacote de concessões do governo federal. O
socialista confirmou que a tarifa deverá ser imposta aos motoristas, mas
tirou a responsabilidade de sua administração e colou na gestão da
presidente Dilma Rousseff (PT).
“A 232 é uma BR e a partir do momento em que a União decide pela
concessão a rodovia passa por um processo de devolução. O processo de
concessão engloba uma retribuição financeira de quem vai fazer o
processo de concessão. Isso vai passar pelo PMI (Procedimento de
Manifestação de Interesse), mas a tendência, sem dúvida nenhuma, ter um
pedágio”, afirmou o governador.
Entre os governistas pernambucanos, o primeiro a levantar a hipótese de
que é necessário cobrar pedágio na BR-232 foi o secretário de
Transportes, Sebastião Oliveira. Pouco depois de ser confirmado no
cargo, ainda em 2014, ele prometeu levar uma proposta nesse sentido ao
governador. Paulo, no entanto, mostrou-se contrário à tarifa e afirmou o
ideal era que houvesse pedágios apenas em rodovias que tivessem rotas
alternativas fáceis - o que não é o caso da BR-232.
Ao falar sobre a BR-232 ontem, Paulo afirmou que há uma necessidade de
recuperar a via até Caruaru e lembrou que há uma briga na Justiça contra
o consórcio criado para a duplicação da estrada. Para o governo
estadual, os problemas de drenagem que têm acarretados fissuras em sua
extensão são responsabilidade das construtoras. “Todo esse processo está
judicializado porque foram verificados erros construtivos”, disse.
A BR-232 é federal, mas o Estado encampou o projeto de recuperação da
via e a sua duplicação até a cidade de São Caetano, no Agreste, na
gestão Jarbas Vasconcelos (PMDB)/Mendonça Filho (DEM). Na época, os
socialistas, capitaneados por Eduardo Campos, questionaram o
peemedebista e o democrata pelo uso do dinheiro da venda da Celpe na
obra. Hoje todos fazem parte do mesmo grupo político e o assunto é
passado.
Na campanha eleitoral de 2014, Paulo prometeu duplicar a BR-232 até
Arcoverde. A inclusão da estrada no pacote de concessões do governo
federal é uma das alternativas mais viáveis para que ele consiga honrar o
compromisso já que o aporte de recursos privados facilitará as obras de
expansão da rodovia.
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