Da Folha de S.Paulo – Ranier Bragon e Mariana Haubert
Dando
sequência à votação de sua proposta de reforma política, o plenário da
Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (10) emenda à
Constituição que estabelece o mandato de cinco anos para todos os cargos
eletivos a partir de 2022.
A
proposta, que cria um confuso esquema de mandatos distintos nos
próximos anos, eleva de 8 para 9 anos o mandato dos senadores eleitos em
2018 e reduz de 8 para 5 o mandato dos senadores eleitos em 2022.
A proposta deve sofrer restrições no Senado. O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já disse considerar falta de "inteligência política" achar que os senadores irão votar alteração do tamanho de seus mandatos.
O texto foi aprovado por 348 votos contra 110. Houve 3 abstenções.
Nas
semanas anteriores, a Câmara já havia aprovado o fim da reeleição para
valer para aqueles que assumam os cargos a partir de 2016.
MANDATOS DISTINTOS
Poderá
haver novas mudanças, já que a Casa votará ainda uma proposta
alternativa para o tamanho dos mandatos de prefeitos e vereadores.
O
texto aprovado estabelece que os prefeitos e vereadores eleitos em 2016
terão mandato de quatro anos. A partir de 2020, o mandato será de cinco
anos.
Já
o presidente da República, governadores e deputados eleitos em 2018
terão mandato de quatro anos. Os senadores eleitos naquele ano (dois
terços do Senado) terão mandato de nove anos. Em 2022, todos esses
passam a ter mandato de cinco anos.
A
conta tem o objetivo de unificar, em 2027, a eleição do presidente,
governadores e congressistas para um mandato de cinco anos.
Com
isso, caso a proposta seja aprovada pelo Senado, até 2027 os políticos
eleitos pela população terão três tamanhos de mandatos distintos:
quatro, cinco e nove anos.
ELEIÇÕES SEPARADAS
Em
outra votação, os deputados rejeitaram a proposta de coincidência de
eleições, que unificava a eleição majoritária com a eleição de prefeitos
e vereadores no mesmo ano. Foram 220 votos favoráveis, 225 contrários e
3 abstenções. Por se tratar de uma PEC, eram necessários 308 votos
favoráveis para aprovar a emenda.
Assim,
com a proposta de ampliação dos mandatos aprovada anteriormente, as
eleições serão realizadas de maneira irregular, ou seja, os pleitos
acontecerão a cada dois anos e em seguida, a cada três anos, voltando a
acontecer após dois anos, e assim, sucessivamente.
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