Por Fernando Castilho
Na coluna JC Negócios, do Jornal do Commercio
Na coluna JC Negócios, do Jornal do Commercio
Foi por pouco: 982 homicídios, em três
meses, numa tendência de crescimento que se mantém há mais de um ano.
Não é admissível, sob nenhuma justificativa, que em 90 dias o governo de
Pernambuco tenha contado quase 1.000 homicídios. Não foi para isso que,
há quase sete anos, a Secretaria de Defesa Social concebeu, desenvolveu
e geriu o programa Pacto Pela Vida. Custou caro demais ao contribuinte
para que o pacote de tecnologia gerado não esteja sendo mais suficiente
para barrar a tendência de alta dos chamados CVLI (Crimes Violentos
Letais Intencionais), esse neologismo que as autoridades policiais
inventaram para designar o homicídio.
Há indicações do que pode estar
acontecendo: o fracasso do movimento de greve no governo João Lyra –
quando policias voltaram às delegacias sem obter nenhum ganho –, devido à
impossibilidade legal de o governo reajustar salários; a perspectiva de
que, este ano, não seja possível nenhum reajuste, devido à crise nas
contas do Estado; e, é claro, as dificuldades de pagamentos dos bônus de
performance, cujas metas não foram atingidas, exatamente pela falta de
caixa.
Mas a questão da redução das
gratificações e falta de melhoria de salários não explica tudo. Há,
paralelamente a isso, o crescimento dos índices dos crimes de menor
potencial e a desmobilização das ações. Nos últimos anos, o Pacto pela
Vida recebeu investimentos grandes demais para que agora seja
desacreditado só por falta de recursos ou de compromisso da tropa. E
esse talvez seja um desafio que exigirá do governador Paulo Câmara o
gesto de assumi-lo, inclusive, pessoalmente.
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