247-SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez discurso na
última terça-feira no Sindicato dos Bancários de São Paulo para
sindicalistas e lideranças políticas de esquerda, em que defendeu o
ajuste fiscal, convocou os movimentos sociais a defenderem a presidente
Dilma Rousseff, e disse que está indignado com a corrupção.
"Se tem um brasileiro indignado, este sou eu. Quero saber se alguém
vai ter coragem de dizer que esse moço esteve envolvido com corrupção.
Mas ele conquistou o direito de andar de cabeça erguida", afirmou Lula,
ao apontar para o ex-presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), José Sérgio
Gabrielli.
Lula afirmou ainda que os delatores da Operação Lava Jato, caso de
Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, "são bandidos que passaram a
virar heróis". "Já o bandido pega 40 anos de prisão, vai fazer delação
premiada e vira herói. Diz 'ouvi falar', 'eu acho que...' e nem precisa
de juiz, a imprensa já condenou."
E defendeu a presidente: "esse país nunca teve ninguém com a coragem
de Dilma para fazer investigações onde quer que seja preciso. Fomos nós
[os governos petistas] que colocamos um representante do Ministério
Público indicado pela categoria, sem interferência do governo. Fomos nós
que dobramos o número de policiais federais, os investimentos em
inteligência".
O ex-presidente também fez questão de enfatizar a importância do
ajuste fiscal, em meio a críticas de aliados sobre o programa do
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele afirmou que o ajuste é necessário
e que fez um ajuste ainda mais forte em 2003, quando assumiu a
presidência.
"Agora a companheira Dilma tinha a necessidade de dar uma parada",
afirmou, dizendo que o que é feito "não é diferente da casa da gente",
quando as contas sobem, mas as receitas não.
E pediu apoio a Dilma Rousseff: "o que é importante ter claro é que
somos militantes políticos, não apenas economicistas. O que está em jogo
não é apenas 1%, 2% ou 10%. A inflação é uma desgraça para o pobre e a
Dilma sabe disso".
"Dilma, você precisa lembrar sempre que quem está aqui é seu parceiro
nos bons e maus momentos. Pode ter certeza de que ninguém mexerá na
conquista democrática do povo brasileiro, que elegeu um operário e
depois uma mulher presidente".
O ex-presidente afirmou ainda que não se pode ter raiva de quem
protesta, falando sobre as manifestações contra o governo da presidente,
ao dizer que "eles têm o direito de reclamar", mas cobrou apoio
novamente, ao dizer que "Dilma tem um compromisso conosco". Lula ainda
disse que os movimentos sociais não precisam parar de questionar a
presidente, mas que é preciso compreender "a diferença entre a luta
política e a luta econômica."
E assumiu equívocos na política tarifária: "nós, e é importante eu
também assumir e cada um de nós assumir, cometemos equívocos. Por que
não se aumentou a gasolina desde 2012? Porque não queria que a inflação
subisse".
Nenhum comentário:
Postar um comentário