A presidente da República, Dilma Rousseff, deve anunciar nesta
terça-feira (03.02) o aumento do teor de álcool anidro na gasolina de
25% para 27%. A decisão foi fechada na manhã desta segunda-feira
(02.02), numa reunião, em Brasília, na Casa Civil.
Participaram do encontro com o ministro-chefe Aloizio Mercadante
representantes do setor sucroalcooleiro de todo o país, Petrobras,
Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea) e Associação Brasileira dos Fabricantes de
Motocicletas (Abraciclo).
A expectativa é que a medida entre em vigor no dia 16 de fevereiro,
no caso da gasolina comum. A alteração da mistura na gasolina do tipo
premium continuará em testes até meados de abril.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no
Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, analisa os impactos
positivos da decisão.
“O Brasil produz atualmente cerca de 27,8 a 28 bilhões de litros por
ano de etanol, dos quais 12 bilhões de álcool anidro e o restante de
álcool hidratado para os veículos flex. O aumento da mistura vai
melhorar a qualidade da gasolina, que se torna menos poluente”, analisa.
“A medida também pode impedir uma maior intensidade de aumentos na
gasolina, já que a elevação da mistura ocorrerá com o anidro que tem
preços melhores do que a gasolina”, acrescenta.
Ele destaca que as regiões Nordeste e Norte produzem em torno de 2,2 bilhões de litros de etanol, sendo 1,4 bilhão de anidro.
Em Pernambuco, na safra atual, a estimativa do Sindaçúcar é de que o
estado atinja 380 milhões de litros de etanol – ou até um pouco mais –
dos quais 230 a 250 milhões de litros de anidro e 150 milhões de álcool
hidratado.
“No país, estima-se que a elevação do percentual de etanol na
gasolina aumentará o consumo de anidro em 8%, o que em volume de vendas
vai representar cerca de 1 bilhão de litros adicionais de álcool anidro.
Isso vai incentivar as usinas a migrarem ainda mais para a produção
para o etanol em relação ao açúcar”, contabiliza Renato Cunha. Na safra
2014/2015, as usinas do Brasil já operam mais voltadas para o mercado de
combustíveis. O mix é 56% da moagem da cana destinados ao etanol e 44%
para o açúcar.
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