BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil criou 1,490 milhão
de vagas formais de trabalho nos setores público e privado em 2013, um
salto de quase 30 por cento em relação ao fraco desempenho de 2012, mas
ainda longe do número de vagas criadas em anos anteriores, mostraram
dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta segunda-feira.
Com isso, ao final de 2013, o Brasil tinha 48,948 milhões
trabalhadores com vínculo empregatício, 3,14 por cento a mais que em
2012, mostrou o documento Relação Anual de Informações Sociais (Rais) a
partir informações de 8,2 milhões de estabelecimentos.
"Estamos gerando emprego. É claro que houve desaceleração com a queda
da atividade econômica, mas não há sinalização de que iremos parar de
gerar emprego no Brasil", afirmou o Ministro da pasta, Manoel Dias.
A Rais 2013 mostrou ainda que o rendimento médio do trabalhador
brasileiro teve alta real de 3,18 por cento a 2.266,00 reais no ano
passado, com maiores variações nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Diferentemente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), que abrange a criação de postos de trabalho no setor privado,
os números da Rais são mais abrangentes, já que incluem os servidores
públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores
temporários.
Em 2013, os setores que mais contribuíram para a geração de empregos
formais foram o de serviço, com 558,6 mil novas vagas, comércio, com
284,9 mil empregos, e a administração pública, com 403 mil novos postos.
Desses segmentos, o destaque ficou com a administração pública, com
alta de 4,51 por cento frente a 2012, num desempenho puxado pelo início
dos mandados municipais em 2013, renovando a abertura de postos nessa
esfera de governo.
Redução na oferta
O mercado de trabalho --uma das âncoras do governo da presidente
Dilma Rousseff, que tenta a reeleição neste ano-- vêm perdendo o fôlego
em função da economia fraca, com dificuldades para manter o crescimento
exibido em anos anteriores, num quadro agravado pela baixa confiança dos
agentes na recuperação da economia brasileira.
Diante dessa conjuntura, o Ministério do Trabalho cortou para 1
milhão a previsão de geração líquida de emprego formal neste ano, ante a
projeção anterior entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de novas vagas. Em
junho, o Caged registrou a abertura de 25,363 mil vagas, o pior
resultado para o período desde 1998. No ano até junho, os empregos
somaram 493 mil, também o pior desempenho para o período desde 2009.
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A Rais indica também que o trabalho formal no país é composto
majoritariamente por trabalhadores com escolaridade igual ou superior ao
ensino médio completo, cuja participação em 2013 subiu para 45,22 por
cento ante 44,24 por cento em 2012.
(Reportagem de Nestor Rabello)
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