A candidatura de Marina Silva (PSB) para a Presidência da República
no lugar de Eduardo Campos não está sendo bem digerida por aliados do
ex-governador, que faleceu na última semana. Mesmo sendo a opção mais
condizente, alguns parlamentares e líderes partidários que fazem parte
da coligação Unidos pelo Brasil não querem pedir votos a líder da Rede
Sustentabilidade. Muitos devem anunciar que irão “abandonar o barco” e
apoiar outras postulações.
Presidente do PSL, Luciano Bivar declarou que não está confortável
com a candidatura de Marina. Segundo ele, a socialista deve assinar
algum documento para garantir o acordo que a coligação teve com o
partido. “Há uma série de coisas, inclusive a segurança jurídica da
politica rural, da justificação dos tributos, e ela (Marina) está
relutando em assinar qualquer documento nesse sentido, então está
ficando muito difícil”, disse o social-liberal, em entrevista à Rádio Folha FM, 96,7.
De acordo com ele, a decisão do PSL é independente de outras siglas. A
saída do partido da coligação pode causar ainda mais prejuízo à
candidatura de Marina. A chapa pode perder cerca de 30 segundos na
propaganda eleitoral, diminuindo ainda mais o curto tempo de tevê, que
conta com apenas dois minutos e três segundos no guia. A decisão do PSL
deve ser tomada nesta quinta-feira (21), em reunião junto com outras
legendas da base aliada.
“Eu acho que o partido da gente não tem essa densidade eleitoral, mas
de toda sorte é uma responsabilidade nossa. Eu não digo subjetiva, mas
uma responsabilidade firmada pelos nossos comprometimentos, com a
Executiva Nacional e com os demais segmentários”, completou Bivar.
Um dos parlamentares que pode declarar desistência de apoio da
candidatura do PSB é o deputado Cadoca (PCdoB). Questionado sobre a nova
posição do parlamentar, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB)
confessou que realmente há uma mudança no processo, mas que nada ainda
foi decidido. “Eduardo (Campos) tinha uma ligação histórica com o
próprio Cadoca. Ele participou da vitória de Geraldo Julio (nas eleições
de 2012). Isso criou laços. Agora não vamos fazer exigência nenhuma.
Ele vai ficar à vontade. Mas há uma tendência de ter mais afinidade com a
candidatura de Dilma (Rousseff – PT) mesmo”, relatou a parlamentar,
também em entrevista à Rádio Folha 96,7.
Outros parlamentares do Estado também podem voltar atrás e não apoiar
a candidatura de Marina Silva. Os líderes do DEM (deputado Mendonça
Filho), e do Solidariedade (deputado Augusto Coutinho) no Estado, devem
se aliar as posições das Executivas Nacionais – os dois partidos, DEM e
SDD, apoiam a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da
República.
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