- Contrato da gestão de Ary rendeu multa à CBV por conflito com patrocinador
Uma empresa da Globo intermediou o fechamento de contratos de
patrocínio da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) por cerca de um ano
e meio, durante a gestão do ex-presidente da entidade Ary Graça. Graça,
que hoje preside a FIVB (Federação Internacional de Vôlei), renunciou
do seu cargo na confederação nacional em março, depois de ter seu nome
envolvido em um escândalo administrativo na entidade. O escândalo foi
causado justamente por suspeitas de favorecimentos a ex-dirigentes da
CBV em contratos relacionados a gerenciamento de patrocínios.
De
acordo com o atual vice-presidente da CBV, Neuri Barbieri, uma
subsidiária da Globo do setor comercial também trabalhava para a
confederação na área de patrocínios durante a gestão de Graça. Em
entrevista coletiva concedida na quarta-feira, Neuri disse que, em 2012,
a Globo assinou um contrato para ser a negociadora exclusiva dos
direitos de patrocínio da confederação os quais ainda disponíveis para
negociação. Antes da assinatura do contrato com a Globo, a CBV já era
apoiada pelo Banco do Brasil, Gatorade, Gol e Olympikus.
Por
meio desse contrato, a Globo chegou inclusive a intermediar um acordo
para que a Nivea, empresa de cosméticos, se tornasse patrocinadora da
CBV. Segundo Barbieri, um acordo de R$ 2,6 milhões foi fechado entre a
confederação e a Nivea. Parte disso, foi repassado à Globo. A empresa
não tinha uma remuneração fixa por seu trabalho com os patrocínios na
CBV.
A CBV, mesmo assim, resolveu romper seu vínculo com a Globo
depois que Graça deixou o comando da entidade. Neuri afirmou na quarta
que o contrato com a empresa causou problemas à confederação já que o
Banco do Brasil –principal patrocinador da entidade—questionou o fato de
a Nivea apresentar-se como "patrocinador oficial do vôlei brasileiro".
Por contrato firmado com a CBV, só o BB pode relacionar-se com o esporte
de tal forma no Brasil.
Insatisfeito, o banco passou a cobrar a
CBV. "O Banco do Brasil pressionou. Nos multou e reduziu em 60% dos
repasses pelo patrocínios às seleções. Estamos com esse pagamento
bloqueado", afirmou Neuri. "Fizemos uma revisão do contrato. O banco
tinha razão. Tem um mês que resolvemos rescindir o contrato com a
Globo."
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