Coordenador-geral da campanha, Siqueira deixou o cargo, afirmando que seu compromisso era com Eduardo Campos
Andre Dusek/Estadão
"AE"
Pivô
da primeira crise na aliança PSB-Rede Sustentabilidade após a
confirmação de Marina Silva como candidata a presidente, o
secretário-geral pessebista, Carlos Siqueira, disparou fortes críticas
contra a ex-ministra e disse que ela "está longe de representar o legado
de Eduardo Campos".
Coordenador-geral da
campanha de Campos, morto em um acidente aéreo, na semana passada, na
cidade de Santos, litoral paulista, Siqueira anunciou, na quarta-feira,
20, a correligionários que estava deixando o posto. De acordo com
relatos de integrantes da Rede, ele entendeu que Marina Silva,
confirmada ontem cabeça de chapa pela executiva nacional do PSB, estava
tentando afastá-lo do posto e colocar na direção da campanha pessoas de
sua confiança.
"Não continuarei na campanha.
Meu compromisso era com o Eduardo Campos", declarou Siqueira ao deixar a
sede nacional do PSB, em Brasília. Ele não poupou Marina e disse que
ela estava tentando "mandar" no partido, que a recebeu depois que o Rede
Sustentabilidade teve seu pedido de registro negado pela Justiça.
"Quando se está em uma instituição como hospedeira ela não pode mandar
nessa instituição. Marina que vá mandar na Rede dela", emendou.
Perguntado
de que forma Marina estaria atuando para assumir o comando da legenda,
Siqueira citou as trocas na cúpula da campanha. "Ela nomeou o presidente
do comitê financeiro da campanha, uma responsabilidade do partido",
disse, referindo-se à indicação de Bazileu Margarido, um dos mais
próximos aliados da ex-ministra, para o posto responsável pelas contas
da candidatura. "Ela não perguntou ao partido e não agiu de acordo com
um partido que está oferecendo a ela as condições que nós oferecemos",
concluiu.
Por último, Siqueira disse que a
viúva de Campos, Renata, uma das avalizadoras da ascensão de Marina à
candidatura presidencial, "não deve estar sabendo o que está se passando
no partido". "Se souber, ela é uma mulher que entenderá que não
poderemos oferecer uma candidatura a alguém (Marina) que age dessa
maneira".
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