Do Jornal do Commercio
Por Bruna Serra
Por Bruna Serra
A entrada do Partido dos Trabalhadores no ano de 2014 pode ser resumida
em uma palavra: desafio. Com a candidatura presidencial do governador
Eduardo Campos (PSB) ganhando contornos definitivos, o diretório
estadual do PT se tornará ainda mais importante para a reeleição da
presidente Dilma Rousseff. A depender do status que Campos adquira no
período da pré-campanha, os olhos do Brasil devem se voltar ao Estado,
onde se encontra um PT ainda com as feridas abertas da derrota eleitoral
de 2012.
No primeiro semestre deve ser implementado o Grupo de Trabalho
Eleitoral (GTE), que dará início a conversas com outras legendas que já
integram a base da presidente Dilma Rousseff. Também será nesse período
uma definição que promete gerar grande polêmica: a decisão sobre uma
candidatura própria ao governo do Estado.
Isso porque uma parte da legenda vê com bons olhos o desembarque do PT
no projeto do senador Armando Monteiro (PTB), avaliando que a composição
pode assegurar um palanque forte para Dilma. Mas ainda ficaria em
aberto um debate sobre que posição o PT ocuparia nessa composição
majoritária. Alguns defendem o nome do deputado federal João Paulo para o
Senado. Outra fatia é contra, visto que o ex-prefeito poderia ser um
importante puxador de votos para a bancada federal, caso dispute a
reeleição.
Ainda assim, os petistas ligados ao movimento sindical e à Central
Única dos Trabalhadores (CUT) desejam a candidatura própria porque a
composição com Armando Monteiro se traduziria num discurso complicado
para as bases. A bancada estadual também precisará ser recomposta. O PT
perdeu dois deputados na Assembleia Legislativa. André Campos e Isaltino
Nascimento migraram para o PSB.
Com a incumbência de comandar o partido no período de definições, a
deputada Teresa Leitão aponta o diálogo como único caminho para que a
missão de 2014 seja cumprida sem os percalços vividos pelo PT em 2013.
"Nossa prioridade, neste primeiro semestre, será a definição da tática
eleitoral que iremos adotar e como iremos adotar. O fato é que a
reeleição da presidente Dilma é ponto fundamental", pontuou.
A comissão política que tratará das conversas, o GTE, deve se formar a
partir do encontro estadual do partido, previsto para ocorrer em maio.
"Essa comissão vai discutir também todos os cenários. O que é melhor
para reeleger Dilma e para que ela obtenha uma votação expressiva em
Pernambuco. É com base nisso que tiraremos as posições de candidatura
própria ou aliança", destacou Teresa Leitão.
Todos as decisões tomadas no Estado serão sintonizadas com a Executiva
nacional do PT, que deseja acompanhar em detalhes todo o processo
eleitoral em virtude de ser Pernambuco a base eleitoral de Eduardo
Campos.
"Vamos atuar em sintonia com a nacional. Meu objetivo é manter a
sintonia para evitar celeumas. As feridas das prévias ainda estão muito
abertas, não podemos cometer erros, temos que ter identidade, consenso e
nos subsidiar com pesquisas", concluiu Teresa Leitão.
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