Folha de S.Paulo - Reynaldo Turolo Jr.
A
obra anunciada como vitrine das parcerias público-privadas da gestão de
Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco está parada, tem falhas estruturais
graves e deverá custar o dobro do previsto. O
presídio de Itaquitinga, na zona da mata pernambucana, começou a ser
erguido em 2009, sob o título de 'maior e mais completa PPP [parceria
público-privada] prisional do Brasil'. A previsão de conclusão era 2011.
A
unidade deveria receber 3.126 presos. O canteiro de obras, contudo, está
às moscas desde 2012. O governo afirma não ter colocado dinheiro
público no local e culpa a construtora e o BNB--financiador do projeto
-- pelos problemas.
De
fornecedores de equipamentos de segurança a refeições, dezenas de
empresários estão sem receber da construtora Advance, que era
responsável pela obra e faliu.
A
obra também utilizou materiais diferentes do que o projeto previa. O
piso interno é cinco vezes mais barato, e o chão dos banheiros das celas
do primeiro andar não foi impermeabilizado.
Orçado
em R$ 287 milhões, o presídio já custou cerca de R$ 350 milhões e
deixou em torno de R$ 100 milhões de dívidas trabalhistas e com
fornecedores. E, para ficar pronto, precisará de mais R$ 120 milhões,
segundo o arquiteto César Ferrage, responsável pelo projeto. Com isso, o custo da obra pode bater em R$ 570 milhões, o dobro do orçado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário