A reabertura dos trabalhos na Câmara do Recife, em fevereiro, tende a
ser no mínimo confusa. Isso porque, com os novos arranjos políticos
sendo desenhados, a composição das novas bancadas de oposição e de
governo ainda são interrogações. Atualmente, a bancada oposicionista
conta oficialmente com quatro vereadores, sendo um do DEM e PPS e dois
do PSDB. O problema é que pós-comunistas e tucanos no Estado aderiram à
base do governador Eduardo Campos. Apesar disso, a vereadora e líder da
oposição da Câmara, Aline Mariano (PSDB), garante que a recente adesão
do seu partido não mudará a postura crítica à gestão do prefeito Geraldo
Julio (PSB).
“Sérgio Guerra (presidente do PSDB), vinha conversando sobre um
possível apoio ao PSB, já que a sigla decidiu romper com o Partido dos
Trabalhadores, mas nada mudará no cenário municipal”, garantiu a tucana.
Aline ainda lembrou que existe um acordo dentro da oposição para haver
um rodízio na liderança oposicionista durante o mandato.
Raul Jungmann (PPS) afirmou também que não ingressará na base
governista apesar do seu partido ter sinalizado apoio ao projeto do
governador Eduardo Campos em disputar as eleições à Presidência da
República. Para o pós-comunista, “mudar de lado é o peso da morte”,
afirma. Ele, inclusive, seria o próximo a liderar a bancada
oposicionista. Garantias à parte, a expectativa é que ele, Aline e André
Régis (PSDB) diminuam o tom das críticas à gestão socialista no Recife.
Outro fator que contribui para o imbróglio parlamentar é que o PT
estadual e o PTB, também no Recife, desembarcaram da aliança encabeçada
pelo PSB. Na Câmara, os petistas e petebistas vêm assumindo uma postura
de independência com críticas veladas vez por outra à Prefeitura.
No entanto, ao serem questionados sobre uma mudança definitiva para a
oposição, os parlamentares atestaram que não vão abandonar o prefeito.
“Ainda não está nada decidido”, disse o vereador Jurandir Liberal (PT).
“Eu fui para a rua, pedi voto para Geraldo Julio e por que de uma hora
para outra eu vou dizer que ele não presta? Então, eu tenho que
analisar, na hora que ele fizer alguma coisa que eu não concorde, vou
dizer que não concordo. Mas se concordo, tenho que dar a ele o apoio, e é
o que nós estamos fazendo, toda a bancada do PTB”, assinalou o vereador
e ex-vice-líder da bancada de governo, Carlos Gueiros (PTB).(Da Folha de Pernambuco)
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