Na última semana, as redes sociais e a mídia corporativa foram
inundadas por matérias desmascarando a infiltração de um agente das
Forças Armadas em grupos de manifestantes em São Paulo. Disfarçado de
“Balta Nunes”, o capitão Willian Pina Botelho teria passado informações
que levaram à prisão de 21 jovens utilizando como justificativa
flagrantes forjados, como uma barra de ferro, antes mesmo de começar a
manifestação do último dia 4, que levou mais de 100 mil às ruas da
capital paulista.
Botelho não se infiltrou somente em grupos de manifestantes que
acabavam de se conhecer pelas redes sociais: sob o mesmo disfarce, o
agente coletou por meses informações privilegiadas da frente Povo Sem
Medo, que hoje reúne alguns dos mais importantes movimentos sociais do
país, como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Fora do Eixo e
Mídia NINJA, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e UNE (União Nacional
dos Estudantes), além de militantes de partidos de esquerda como o PSOL
e PCdoB, jornalistas e comunicadores, entre outras organizações
sociais.
Botelho abordava diversas mulheres dos movimentos em conversas
privadas pelo menos desde abril de 2015, e passou a ter acesso direto a
informações do grupo após participar presencialmente do ‘Encontro dos
Comunicadores Sem Medo’, realizado em junho deste ano na Casa Fora do
Eixo, em São Paulo.
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