Do Opera Mundi
– O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado (17/09)
que a América Latina está enfrentando uma nova Operação Condor, em
referência à cooperação entre ditaduras da região entre 1970 e 1980, que
desta vez se utiliza do Poder Judiciário para neutralizar políticos de
esquerda “que podem vencer eleições, como Lula”.
Em seu programa semanal Enlace Ciudadano,
transmitido pela internet desde a sede do governo equatoriano, Correa
citou a destituição de Dilma Rousseff da Presidência e as acusações
contra o ex-presidente Lula no Brasil e as acusações contra a
ex-presidente Cristina Kirchner na Argentina como expressão de uma nova
Operação Condor na região.
“Sustento que agora
estamos enfrentando outra Operação Condor, mas a América Latina e o
mundo inteiro não tolerariam as repressões militares de outrora”, disse o
presidente equatoriano. “Agora há ‘congrezasos’, outras formas de
desgastar os governos progressistas, fazer com que percam maiorias
parlamentares e assim, com qualquer argumento, destituir presidentes,
como Dilma Rousseff”. Correa acrescentou que a presidente eleita do
Brasil teve mais de 50 milhões de votos e foi destituída por dezenas de
senadores “questionados por corrupção”. “São os novos golpes brandos”,
afirmou.
“A nova Operação Condor
não são somente ‘congrezasos’, mas também ‘cortezasos’, utilizando
cortes, juízes e promotores com ambições políticas para bloquear
candidatos de esquerda que sabem que vencem eleições, como o querido
companheiro Lula da Silva”, afirmou sobre as recentes acusações do MPF
(Ministério Público Federal) contra o brasileiro. Ele também citou a
situação de Cristina Kirchner na Argentina, investigada em pelo menos
três processos que correm na Justiça de seu país, classificando as
acusações contra os dois ex-presidentes de “perseguição política”.
Correa expressou “toda
nossa solidariedade, admiração, carinho e gratidão” a Lula pelo que fez
“pelo Brasil, pela América Latina e pelo mundo”, “a quem agora querem
acusar de corrupto e utilizam para isso o Poder Judiciário”.
Recordando a “tristemente
célebre” Operação Condor, afirmou que a cooperação entre ditaduras
sul-americanas também tinha o objetivo de impedir a ascensão democrática
de governos de esquerda na região e pediu que os jovens “não esqueçam a
história, não fiquemos neste passado, mas sim aprendamos para não
sermos vítimas dos mesmos algozes”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário