segunda-feira, 4 de maio de 2015

Presidente do Instituto Lula e BNDES desmentem notícia da revista “Época”

 

Paulo Okamoto - foto Agência Brasil
 
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, divulgou nota neste final de semana contestando matéria do repórter Thiago Bronzatto publicada na revista “Época” segundo a qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por ter intermediado junto ao BNDES contratos de grandes empreiteiras para a realização de obras em países da África e da América Latina. Lula, segundo a reportagem, teria atuado como uma espécie de “lobista”. O BNDES também desmentiu a reportagem.
Veja, abaixo, a íntegra da resposta de Okamoto enviada na última sexta-feira ao jornalista Thiago Bronzatto.
Caro Thiago Bronzatto,
1) É um pena que você entrou em contato comigo na quinta-feira, 30 de abril, 11h23, por telefone, com apenas três horas para a resposta antes do fechamento da matéria. Eu teria o maior prazer em encontrar com você e responder pessoalmente as suas perguntas e explicar melhor o trabalho do Instituto Lula, o que certamente evitaria qualquer erro de informação transmitido aos seus leitores.
2) Na esfera internacional, o Instituto Lula tem como principais objetivos cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração latino-americana. Nos últimos quatro anos, realizamos diversas atividades nesse sentido, com diferentes parceiros do Brasil e do exterior.
3) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe com frequência dezenas de convites para explicar o êxito econômico e social do seu governo e opinar sobre temas regionais e globais. Esses convites partem tanto de entidades populares, empresariais, sindicais, movimentos sociais, universidades e centros de pesquisa, quanto de governos, organismos multilaterais e órgãos de imprensa. Em todas as agendas do ex-presidente predomina o empenho em consolidar a imagem e os interesses da nação brasileira. A diversidade e quantidade de eventos institucionais realizados estão à disposição em nosso site.
4) No caso de atividades profissionais, palestras promovidas por empresas nacionais ou estrangeiras, o ex-presidente é remunerado, como outros ex-presidentes que fazem palestras. O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores — tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações — e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe, as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem. O ex-presidente faz apenas palestras, e não presta serviço de consultoria ou de qualquer outro tipo.
5) Todas as viagens do ex-presidente foram divulgadas para a imprensa, mesmo sem ele ter nenhuma obrigação de fazê-lo, por não ocupar nenhum cargo público desde janeiro de 2011. Não houve nenhuma viagem sigilosa. A viagem que você citou foi divulgada por release para a imprensa no dia 25 de janeiro de 2013 http://www.institutolula.org/lula-viaja-para-cuba-republica-dominicana-e-estados-unidos.
6) Em suas viagens, o ex-presidente participa como convidado de grandes eventos públicos e realiza encontros com lideranças de diversos setores. Inúmeras vezes foi recebido pelos chefes de Estado ou de Governo. Da mesma forma, chefes de Estado e de Governo em visita ao Brasil muitas vezes solicitam encontros com o ex-presidente. Foi o caso por ocasião da visita do presidente de Gana, que lhe solicitou agenda quando veio ao Brasil lançar seu livro. Essas informações também estão disponíveis no nosso site: http://www.institutolula.org/presidente-de-gana-e-lula-conversam-sobre-copa-do-mundo-e-cooperacao-na-producao-de-alimentos
Paulo Okamotto
Presidente do Instituto Lula
São Paulo, 30 de abril de 2015
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também enviou à Revista “Época” a carta abaixo:
I) O BNDES repudia as ilações feitas pela reportagem da Revista Época (“Lula, o operador”). Os procedimentos adotados pelo Banco nos financiamentos mencionados pela revista são absolutamente regulares, pautados pelas melhores práticas bancárias e rigorosamente dentro do que determina a lei.
II) O ex-presidente Lula não interferiu, nem poderia, em nenhum processo do BNDES. Foram seguidos todos os critérios impessoais de análise, com a participação de dezenas de técnicos concursados e órgãos colegiados, além da exigência de garantias sólidas. Como resultado destes procedimentos, a inadimplência nos financiamentos para exportação do BNDES é praticamente inexistente.
III) Diferentemente do que insinua a revista, nos financiamentos a exportações de bens e serviços brasileiros feitos pelo BNDES não há nenhuma preferência ou privilégio a qualquer país. O objetivo é sempre abrir postos de trabalho no Brasil e trazer divisas para nossa balança comercial. Desde 1998, o BNDES financiou exportações brasileiras para 45 destinos diferentes, sendo que o país que mais recebeu recursos do Banco foram os EUA.
IV) Nas referidas operações, o BNDES atua de maneira análoga a outras agências de crédito à exportação, oferecendo condições de isonomia competitiva para que as companhias brasileiras possam enfrentar concorrentes no mercado internacional. O BNDES se orgulha de sua atuação internacional, gerando divisas, empregos e renda no Brasil.
A revista afirma – e isso já era do conhecimento público – que desde que deixou a Presidência da República em 2010 Lula fez diversas viagens a Cuba, Gana, Angola e República Dominicana ao lado de dirigentes da Odebrecht para intermediar contratos.
“O BNDES fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira”, diz a revista.

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