Dezenove ativistas foram detidos hoje (12) por suspeita de
envolvimento em atos violentos durante protestos nos últimos meses no
Rio. A ação, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, cumpriu
mandados de prisão temporária, expedidos pela 27ª Vara Criminal da
Capital.
Os detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no bairro do
Jacaré, subúrbio da cidade. Um professor de História, cujo nome não foi
divulgado, foi detido em casa, na Urca, zona sul carioca. No imóvel, a
polícia encontrou uma máscara de proteção contra gás lacrimogêneo. Em
Porto Alegre, a polícia prendeu hoje cedo, na casa do namorado, a
ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que deve embarcar no final da
tarde no Aeroporto Salgado Filho com destino ao Rio, escoltada por
policiais civis fluminenses para cumprir o mandado de prisão temporária
expedido pela Justiça.
Computadores, laptops e até material explosivo foram apreendidos
durante a ação, segundo a Polícia Civil. A corporação vai detalhar, em
entrevista coletiva na Cidade da Polícia, o motivo da realização da
operação no fim de semana, um dia antes da final da Copa do Mundo. O
chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, e o titular da
Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, Alexandres Dias, que
coordenou toda a operação, falarão com a imprensa no começo da tarde.
Neste domingo (13), há dois atos contra a Copa programados pelas
redes sociais no Rio. A concentração do ato organizado pelo Comitê
Popular da Copa será às 10h, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte
da capital fluminense. A final está marcada para as 16h, no Estádio do
Maracanã, entre Alemanha e Argentina. O comitê tem ido às ruas desde
antes do início da Copa. Entre as reivindicações do grupo, estão o fim
dos despejos e remoções forçadas, a desmilitarização das polícias e
democratização dos meios de comunicação.
Também no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular convoca, pelo
Facebook, a Grande Manifestação Fifa Go Home! Não vai ter final!, com
concentração às 13h, na Praça Saens Peña, também na Tijuca. O ato será
contra os gastos públicos com a Copa, as remoções, a opressão de gênero e
raça e segregação nos estádios. Na mesma hora e local, a Associação de
Defesa da Favela Chapéu Mangueira se juntará ao protesto, com o slogan A
Festa Nos Estádios Não Vale as Lágrimas Nas Favelas, contra a opressão
histórica nas comunidades faveladas.
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