Um
estudo realizado pelo TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná)
propõe fundir os municípios com menos de 5.000 habitantes no Brasil,
como "forma de melhorar a prestação dos serviços públicos à população e
promover economia de recursos".
Segundo o documento, cidades com
população inferior a 5.000 habitantes "tendem a não apresentar
condições mínimas para prestar os serviços básicos ao cidadão –como
saúde e educação".
O Brasil tem, atualmente, 5.570 municípios.
Desses, 1.301 possuem menos de 5.000 moradores. No caso específico do
Paraná, 96 das 399 localidades estão nessa linha de corte.
"No
mínimo metade dos municípios paranaenses tende a apresentar dificuldades
estruturais em relação à sua administração pública", afirma o TCE-PR no
estudo.
"A fusão representaria um ganho de escala, com o
aumento da população, além da redução de cargos políticos, aumento da
poupança dos cofres públicos, maior independência financeira e dinamismo
econômico municipal", afirma o estudo do TCE-PR.
Não está claro, porém, de que forma a fusão de municípios seria feita. O documento foi enviado ao Tribunal de Contas de União.
Baixo IDH
"As evidências indicam que os movimentos emancipatórios, tanto no
Brasil quanto no Paraná, não foram equitativamente distribuídos entre as
diferentes escalas municipais. Pelo contrário, os movimentos foram
concentrados na criação de municípios com baixo contingente
populacional", afirma o documento.
O estudo destaca o FPM (Fundo
de Participação dos Municípios), do governo federal, como uma das
justificativas para a fusão."Ao privilegiar excessivamente os municípios
de pequena população, o FPM pode ter induzido um comportamento
estratégico por parte de muitos municípios, que se subdividiram para
elevar suas receitas per capita. Infelizmente, a partir dos exames
empreendidos neste trabalho, os resultados comparativos entre o IDHM
[Índice de Desenvolvimento Humano dos Município] no âmbito dos 10% de
municípios mais populosos e 10% menos populosos do Estado do Paraná
robustecem a hipótese de que micro e pequenos municípios são geralmente
caracterizados por níveis mais baixos de desenvolvimento humano
integrado, tanto em termos absolutos como relativos", prossegue o texto.
"Não há como se conceber ideia do surgimento de município que não tenha
capacidade de arrecadar seus tributos, isto é, que não possua receita
própria. (...) Identifica-se sobre a questão da escala municipal um
verdadeiro dilema entre, de um lado, democracia e, de outro, eficiência
econômica", argumenta o estudo.
Não está claro, porém, de que forma seria possível fazer a fusão de municípios.
O presidente do TCE-PR, Ivan Bonilha, apresentará detalhes do estudo em
entrevista coletiva marcada para esta quarta-feira (11).
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