Num
instante em que Michel Temer celebrava a queda da inflação e a
perspectiva de eleger dois aliados para as presidências da Câmara e do
Senado, a Lava Jato acomodou na porta do Palácio do Planalto mais um de
seus filhotes tóxicos —uma investigação sobre um esquema que ajeitava
empréstimos da Caixa Econômica para empresas em troca de propinas. No
centro do novo escândalo estão personagens ligadíssimos a Michel Temer.
Entre eles Geddel Vieira Lima, ministro até outro dia, e o
ex-todo-poderoso Eduardo Cunha.
A
nova operação policial chega num instante em que o governo se prepara
para enfrentar no Congresso a dura batalha da reforma da Previdência. E
ainda está por vir a homologação das delações da Odebrecht, que alcançam
o próprio Temer. Limpo, o governo teria dificuldades para emplacar o
necessário aperto previdenciário. Sujo, nem se fala. Temer tenta se
comportar como um São Jorge que veio salvar a República. Mas a Lava Jato
insiste em avisar que São Jorge está casado com o dragão.
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