Renan
Calheiros leva às últimas consequências seu esforço para justificar a
decisão do Supremo Tribunal Federal de deixar um réu criminal no comando
do Senado e do Congresso. Combinando dispositivos da Lei da Selva com
incisos da Lei de Talião, o supersenador exerce o seu direito de ser
mais forte impondo a juízes e procuradores regras mais draconianas sobre
abuso de autoridade.
Denunciado
pela primeira vez na Lava Jato, Renan disse que as acusações do
procurador-geral Rodrigo Janot contra ele “foram feitas nas coxas”, por
mera “vingança.” Por isso, ele exerce o seu direito de ser ainda mais
vingativo, respondendo à Procuradoria na base do olho por olho, dente
por dente.
Renan
quer porque quer votar o projeto sobre abuso de autoridade antes do
início do recesso parlamentar, se possível ainda na noite desta
terça-feira. Apinhado de investigados, o plenário do Senado é amplamente
favorável ao enquadramento de investigadores. Mas muitos têm receio se
se expor.
Os
petistas, por exemplo, informaram a Renan que só levarão a cara à
vitrine se tiverem a certeza de que o protegido do Supremo Tribunal
Federal já dispõe dos 41 votos necessários à aprovação da proposta.
Parte do tucanato escalou o muro. E se dispõe a descer do lado errado se
a maioria for junto.
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