247 - Desde que
deixou o Senado Federal, em 2010, Marina Silva se tornou uma
bem-sucedida empresária. Em 2011, logo depois de ficar sem mandato
parlamentar, ela abriu uma empresa, a M. O. M. da S. V. de Lima, que tem
suas iniciais e comercializa suas palestras.
Desde então, Marina ganhou R$ 1,6
milhão de clientes que pagaram para ouvi-la. No entanto, a ex-senadora,
que concorre à presidência da República pelo Partido Socialista
Brasileiro, decidiu omitir a identidade de seus clientes, alegando que
os contratos possuem cláusulas de confidencialidade.
A revelação sobre a empresa de
Marina foi feita em reportagem dos jornalistas Aguirre Talento e
Fernanda Odilla, da Folha de S. Paulo (leia aqui).
Ouvida, Marina alega ter assinado 65 contratos de palestras, desde que
deixou de ser senadora. Mas não demonstrou intenção de revelar os nomes
de seus financiadores pessoais.
Embora não tenha divulgado os nomes
de seus clientes, Marina Silva montou sua empresa ao lado do Instituto
Marina Silva, que digitaliza seu acervo e tem como doadora a empresária
Neca Setúbal, herdeira do Itaú e coordenadora de seu programa de
governo.
Influente sobre modos e atitudes de
Marina, incluindo o ato de colocar ou não os óculos no debate da Band,
Neca já concedeu uma entrevista em que anunciou medidas de um eventual
governo Marina, como a independência do Banco Central. Outro ponto da
agenda do Itaú para o País é a redução do papel de bancos públicos, como
Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES, na economia. Neca Setúbal tem
também indicado nomes de operadores de mercado, como André Lara
Resende, para um eventual governo Marina.
Numa entrevista concedida neste fim
de semana, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que concorre ao governo
do Paraná, se disse amigo de Marina Silva, mas afirmou ser impossível
votar nela. "Para quê? Para entregar tudo ao Itaú?"
A revelação sobre a empresa de
Marina é o segundo problema que ele enfrenta, desde que despontou na
frente das simulações de segundo turno na eleição presidencial. Ontem,
Marina recuou e desfez seu programa de governo, no tocante aos direitos
dos homossexuais, depois de receber um ultimato do pastor evangélico
Silas Malafaia (leia mais aqui).
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