A impossibilidade de o PT levar a futura disputa pelo Palácio do
Campo das Princesas, devido à derrota no Recife e à sangria interna que
tomou conta do partido nos últimos tempos, levou as principais
lideranças da sigla a adotar um discurso mais cauteloso que colocou a
reeleição da presidente Dilma Rousseff como prioridade zero. Claro, sem a
mínima chance no âmbito estadual, é mais fácil mirar para cima e entoar
uma fala que dialoga com a tal conjuntura nacional.
O apoio petista à postulação do senador Armando Monteiro Neto (PTB)
foi uma ação consequente desse momento. O petebista reúne condições
partidárias, disposição e uma trajetória que o cacifa para o pleito. E,
para algumas lideranças do PT, o seu descolamento do
governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) era a cereja do bolo que
faltava para garantir a aliança.
Entretanto, como em política o tempo determina os movimentos, veio a
suposta briga acirrada nas hostes socialistas pela indicação do
governador Eduardo Campos à representação da Frente Popular na disputa
sucessória. E com ela as análises de que um nome técnico poderia
encontrar dificuldade para reunir, sem a presença física do líder do
bloco – que estará mergulhado em sua própria campanha -, os aliados e
mesmo vencer uma provável desconfiança da população.
Diante desse novo horizonte, ganhou força internamente no PT o
pensamento de que o deputado federal João Paulo poderia, numa estratégia
casada com o PTB, disputar o Governo do Estado. Seriam dois nomes
formando palanque para a presidente Dilma, enquanto o governador Eduardo
Campos teria apenas o seu próprio candidato.
O ex-prefeito do Recife, que não demonstrava muita empolgação com o
cenário, agora parece mais interessado no aprofundamento dessa
discussão. Se perceber que tem o mínimo de chance de sair vitorioso,
João Paulo agarrá a, talvez, sua última oportunidade de conquistar o
comando da administração estadual. Um desejo antigo do petista. Hoje,
ele encontra o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para discutir a
questão.(blog da folha)
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