247 – A julgar pelos critérios de análise do
jornal Folha de S. Paulo, Campinas, a segunda maior cidade do Estado,
merece sofrer intervenção política o quanto antes. Ou melhor, o governo
de São Paulo é que precisa ser enquadrado e perder seus poderes para uma
força-tarefa saída de Brasília para resolver tudo a toque de caixa.
No final de semana, uma onda de assassinatos varreu a cidade, com
treze mortos na madrugada do domingo 12 para a segunda-feira 13. Um
grupo de cerca de 20 homens invadiu um terminal rodoviário e ateou fogo
em três ônibus. Os crimes aconteceram após a divulgação da morte de um
policial militar.
Na capital paulista, no final de semana outros quatro ônibus foram incendiados.
Em editorial, a Folha defendeu, por motivos semelhantes, agravado
pela crise no sistema carcerário, uma intervenção federal no Maranhão
governado por Roseana Sarney. Mas está claro desde já que não defenderá a
mesma solução de força contra a gestão de Geraldo Alckmin, em São
Paulo.
O que é descontrole lá é normal aqui, este parece ser o recado dado
pelo jornal. Apenas as preferências políticas do jornal explicam a grita
num caso e o silêncio no outro.
Na verdade, o episódio de Campinas ilustra tristemente o quanto é
temerário promover atos institucionais bruscos sobre instituições como
governos de Estado e prefeituras municipais. Pelo critério de crise na
segurança, dezenas de cidades brasileiras e outros Estados além do
Maranhão, infelizmente, passariam à tutela federal, que, de resto,
assumiria novas responsabilidades acima de todas as que já tem.
Seria isso a resolver o problema que parece se agravar em todo o País?
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