Antes reclusas e fechadas nos bastidores do Governo do Estado, as
pretensões e burburinhos sobre a sucessão estadual ganharam as manchetes
da Imprensa deixando suas marcas no processo decisório. Após surgirem
notícias de favoritismo de dois pré-candidatos socialistas da cozinha do
Palácio das Princesas, uma disputa silenciosa foi travada em defesa de
cada um dos quadros e, com isso, as insatisfações foram se acumulando.
Em paralelo, nomes preteridos na bolsa de apostas silenciaram, mas
mantiveram as articulações.
Com o discurso oficial do governador Eduardo Campos (PSB) de que só
abordaria as eleições em 2014, o ano teve um início quente com a
informação de favoritismo dos secretários da Fazenda, Paulo Câmara, e da
Casa Civil, Tadeu Alencar. Após uma atuação discreta na gestão por sete
anos, Câmara deu uma declaração sinalizando positivamente para sua
indicação, caso fosse escolhido. A partir deste momento, posições nos
bastidores governistas foram afloradas a favor de cada postulante.
Os socialistas que defendem a indicação dos técnicos afirmam que
Paulo Câmara e Tadeu são os mais sintonizados com o discurso de “nova
política” defendido por Campos. “A avaliação é que Eduardo precisa de um
fato novo na política. Nenhum outro nome posto é um fato novo. Ele
precisa de alguém que encarne a nova política. Desses nomes, Tadeu e
Câmara são os mais cotados”, destacou uma fonte palaciana.
Os rumores trouxeram insatisfação de lideranças que ficaram de fora
do processo e se queixavam de que não tinham sido ouvidas. Preteridos da
bolsa de aposta, nomes com perfil político como o ex-ministro Fernando
Bezerra Coelho (PSB) e o vice-governador João Lyra Neto (PSB) adotaram o
silêncio, mas não reduziram as articulações. Chegaram a conversar, na
última quinta-feira, e se mostraram perplexos com o clima de
antecipação.
Os grupos que defendem as lideranças históricas cogitam, inclusive,
tomar uma posição contrária à indicação de um quadro técnico. “Esse
processo está totalmente equivocado. Entre esses nomes não tem ninguém
que tenha disputado uma eleição, tradição política ou voto”, disparou
outra fonte em reserva.
Entre os partidos aliados, a expectativa acabou crescendo junto com a
ansiedade pelo início das conversas. Muitas lideranças ficaram
ressentidas por não terem sido escutadas em meio às especulações sobre
definição do candidato a governador. Diante desse clima de acirramento,
teve quem alertasse para o risco de corpo mole, durante a campanha, caso
caciques da Frente Popular não sejam escutados.(Por Carol Brito Da Folha de Pernambuco)
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