O vice-governador João Lyra (PSB) evita fazer qualquer tipo de
comentário público sobre a sucessão estadual. O neossocialista, que
assumirá o comando do Governo do Estado a partir de abril, não quer se
posicionar antes de conversar com o governador Eduardo Campos (PSB)
sobre o processo. Ele entende que, na condição de futuro administrador
da máquina estadual, tem que ouvir do líder da Frente Popular os
princípios que fundamentam a provável rejeição de seu nome, uma vez que
as especulações dão conta de que o secretário da Casa Civil, Tadeu
Alencar, será o escolhido para a missão.
João Lyra, que ainda nutre o desejo de disputar o Palácio do Campo
das Princesas, também quer opinar. O vice-governador aposta na força da
experiência política para o enfrentamento em alto nível que se vislumbra
para o pleito deste ano. A guerra pela paternidade das obras que contam
com recursos federais e a evocação do apoio do ex-presidente Lula (PT) à
postulação do senador Armando Monteiro Neto (PTB) são elementos que,
para Lyra, não devem ser minimizados.
Pessoas próximas a Lyra lembram que, em 2010, ele só foi informado
que continuaria na chapa majoritária que acompanharia Eduardo na disputa
pela reeleição na semana das convenções partidárias. O processo foi
encarado no grupo do vice-governador como uma ação para fritá-lo.
O nessocialista ainda faria a leitura de que, além dele, o senador
Jarbas Vasconcelos (PMDB) também não deve ser rifado do processo –
especula-se que o deputado Raul Henry representará os peemedebistas na
majoritária – e o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, que ficou no PSB
mesmo tendo recebido diferentes convites partidários para disputar o
Estado, precisam participar da decisão de Eduardo.
A insatisfação de Lyra é um dos nós que o governador precisará
desatar para unificar o PSB e manter a Frente Popular coesa para a
disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. A tarefa não é nada fácil,
mas Eduardo é muito habilidoso. Vamos aguardar como ficará o clima após o
anúncio de quem será o postulante.(blog da folha)
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